Xinjiang garante diversidade de línguas faladas e escritas, diz livro branco
Beijing, 14 jul (Xinhua) — A diversidade de línguas faladas e escritas é garantida na Região Autônoma Uigur de Xinjiang, no noroeste da China, de acordo com um livro branco publicado pelo Departamento de Comunicação do Conselho de Estado na quarta-feira.
Ao mesmo tempo em que garante o direito de aprender e usar o padrão da língua chinesa falada e escrita, todos os grupos étnicos em Xinjiang têm a liberdade de usar e desenvolver suas próprias línguas faladas e escritas, de acordo com o livro branco intitulado “Respeitar e Proteger os Direitos de Todos os Grupos Étnicos em Xinjiang.”
Atualmente, mais de 10 línguas faladas e escritas são usadas entre os grupos étnicos em Xinjiang, segundo o livro branco.
52 minorias étnicas têm suas próprias línguas faladas na China, diz livro branco
Beijing, 24 jun (Xinhua) — Das 55 minorias étnicas da China, 52 têm suas próprias línguas faladas, com exceção da Hui, que historicamente usam a língua da etnia Han, e as pessoas Manchu e She, que geralmente também usam a língua da etnia Han, de acordo com um livro branco divulgado na quinta-feira.
O livro branco sobre a prática do Partido Comunista da China em respeitar e proteger os direitos humanos foi divulgado pelo Departamento de Comunicação do Conselho de Estado.
Mais de 20 grupos de minorias étnicas usam quase 30 escritas, segundo o livro branco.
O documento acrescentou que o governo chinês protege por lei o uso legítimo das línguas faladas e escritas das minorias étnicas nas áreas de administração e magistratura, imprensa e publicação, rádio, cinema e televisão, e cultura e educação.
Via portuguese.xinhuanet.com
Macau comemora 60 anos de ensino de português na China, uma língua “de boa saúde”
O ensino universitário de português na China começou em 1960, em Pequim, e seis décadas depois está “de boa saúde”, sendo ensinado em 50 instituições, disse à Lusa o responsável pelo congresso organizado para assinalar a efeméride.
Para o professor Zhang Yunfeng, coordenador do CPCLP, o interesse pelo português não só não diminuiu desde a devolução de Macau à China, em 1999, como registou um crescimento “enorme” nos últimos anos.
“Neste momento são aproximadamente 50 instituições de ensino superior onde o português é ensinado na China”, disse à Lusa. “É enorme, e este número aumentou muito nos últimos anos”, disse à Lusa.
Segundo o professor, em 2000 havia apenas “três instituições de ensino superior” a ensinar português na China continental, apontando que “muitos cursos foram criados em anos recentes”, desde 2010.
“Há cada vez mais alunos, mais professores, mais manuais, e o português da China também está a atrair cada vez mais a atenção do mundo”, garantiu Zhang, recordando o lançamento, no ano passado, da “primeira revista académica na área do português na Ásia, `Orientes de Português`”, criada pelo CPCLP, em colaboração com a Universidade do Porto.
“O português está de boa saúde e está mesmo a crescer em vez de descer, não apenas nas atividades pedagógicas, mas também nas atividades científicas”, sublinhou.
Nascido na China continental, o professor, que trabalha há seis anos em Macau, depois de ter dado aulas em Pequim, fala fluentemente português, e é ele próprio um produto do sistema de ensino universitário da língua portuguesa no gigante asiático.
“Na altura, havia pouca gente que dominasse ao mesmo tempo as duas línguas, e o país selecionou durante vários anos alunos das escolas secundárias para aprender português, e eu fui escolhido”, recordou.
“No meu caso, comecei a aprender português em Pequim: fiz a licenciatura e o mestrado em Pequim e depois fui estudar para Portugal”, contou à Lusa.
Para fazer o doutoramento em linguística portuguesa, em Coimbra, viveu dois anos em Portugal, “e isso também ajudou a aperfeiçoar o português”, acrescentou.
Hoje em dia, a procura de cursos de português na China “é grande”, e a razão, garantiu, é “simples”: “Há mercado”.
“Neste momento, há muitas colaborações entre a China e os países de língua portuguesa, a vários níveis: economia, comercial, educação e cultura. Por isso, muitas universidades e instituições de ensino superior na China abriram cursos de português, e os alunos também querem conhecer melhor o mundo lusófono, conhecer melhor a língua e a cultura”, afirmou.
Para estes alunos, há muitas saídas profissionais, nomeadamente “em empresas chinesas que tenham uma grande colaboração com os países de língua portuguesa”.
O Instituto Politécnico de Macau tem várias licenciaturas dedicadas ao português, tanto na área da formação de professores, como na tradução e interpretação de português-chinês.
Além disso, a instituição ministra ainda uma licenciatura sobre as relações comerciais entre a China e os países de língua portuguesa, que forma “quadros bilingues que queiram trabalhar no futuro nesta área comercial”, bem como cursos de mestrado e de doutoramento.
Para Zhang, que adotou o nome português Gaspar, um dos desafios atuais do ensino da língua portuguesa é a diversificação dos manuais e materiais pedagógicos.
“Já produzimos manuais de fonética, fonologia, léxico, vocabulário, gramática, história e literatura, mas há sempre áreas em que há lacunas”, apontou.
A formação de professores na China é outro dos desafios.
“Muitos chineses que ensinam português na China são muito jovens, ainda estão a fazer mestrado e doutoramento, mas daqui a cinco ou dez anos o número de professores doutorados vai aumentar muito”, antecipou.
O congresso, que se realiza de forma virtual, com 12 oradores de instituições de ensino superior da China, Portugal, Estados Unidos e Brasil, arranca hoje às 11:30 de Lisboa (19:30 em Macau), com uma mesa-redonda sobre intercâmbios universitários, tendo mais três conferências agendadas.
No dia 26 de novembro, o painel vai discutir o tópico “A voz do tradutor: diálogos português-chinês”, seguindo-se, no dia 30, uma mesa-redonda sobre os materiais didáticos de português na China.
As conferências encerram no dia 03 de dezembro, com uma discussão sobre “Português na Universidade Chinesa: Rumos e desafios”.