Astronomia Indígena Brasileira

ON lamenta falecimento do professor Germano Bruno Afonso, referência em Astronomia Indígena Brasileira

“Todos os mistérios estão no céu”. Era o que afirmava o professor Germano Bruno Afonso, nacionalmente conhecido como um dos maiores difusores da Astronomia Indígena Brasileira. Germano faleceu na tarde de quinta-feira (26), aos 71 anos, em decorrência da Covid-19.

Natural de Ponta Porã, uma cidade pequena do Mato Grosso do Sul, Germano tem raízes indígenas, de origem Guarani, e aprendeu com os pais a observar as estrelas como os índios. Seu interesse pela ciência, em particular pela astronomia, surgiu da observação das constelações indígenas e seus mitos.

Germano graduou-se em Física pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), em 1973 e, pela mesma instituição, concluiu o mestrado em Ciências Geodésicas em 1977. Ele foi o primeiro coordenador do Programa de Pós-graduação em Física e trabalhou por quase três décadas na UFPR, entre 1974 e 2003.

Em 1980, foi para a França, onde formou-se doutor em Astronomia de Posição e Mecânica Celeste pela Université Pierre et Marie Curie. Já em 1993, o professor concluiu o pós-doutorado no Observatoire de la Cote d’Azur.

Suas principais áreas de estudo eram: Astronomia Indígena Brasileira, Arqueoastronomia, Popularização da Astronomia, Etnoastronomia, Efeitos das Marés no Sistema Terra-Lua e Modelagem de Forças Não-Gravitacionais em Órbitas de Satélites Artificiais e de Fragmentos de Asteróides Rasantes à Terra.

Germano é autor do artigo “Mitos e Estações no Céu Tupi-Guarani” publicado na edição especial da Scientific American Brasil, em 2006. Além disso, foi fundamental para a construção de Observatórios Solares Indígenas em aldeias e desempenhou um papel de destaque na estruturação do Parque das Ciências Newton-Freire Maia no Estado do Paraná, e do Museu da Amazônia.

Em 1991, Germano foi agraciado com o Prêmio Paranaense de Ciência e Tecnologia, que  visa reconhecer e estimular a produção científica, tecnológica e de extensão paranaense. Em 2000, recebeu o Prêmio Jabuti com o livro “O Céu dos Índios Tembé” na categoria Melhor Livro Didático.

De diferentes maneiras, Germano ajudou as aldeias, sendo elas indígenas ou urbanas, a resgatarem o conhecimento astronômico de culturas contemporâneas. Da mesma forma, com seu vasto trabalho e dedicação, ajudou a conscientizar a todos nós sobre a cultura e a ciência indígena.

“Para o indígena do Brasil, a Terra nada mais é do que o reflexo do céu. Então, toda a explicação está lá em cima: a origem do Universo, a criação do ser humano e a relação com o meio ambiente… É muito bonito e eu fui aprendendo isso já desde pequeno, nessa visão não ocidental”, disse Germano em uma entrevista em 2011.

Em uma de suas composições, o músico Hélio Ziskind homenageia o Prof.Germano, contando um pouco de sua pesquisa e entoa:

“Professor Afonso que história mais bonita que o senhor descobriu”

O Observatório Nacional lamenta profundamente o falecimento de Germano e envia suas condolências aos colegas, amigos e familiares do professor.

Via Observatório Nacional 

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