“Sua Excelência, de Corpo Presente”, de Pepetela, ganha o prêmio Correntes d’Escrita
O escritor angolano Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, conhecido pelo pseudônimo de Pepetela, autor de obras de referência como Mayombe, A Geração da Utopia e Predadores, entre outras, ganhou no último dia 20 de fevereiro, o prêmio Correntes d’Escrita com seu último livro “Sua Excelência, de Corpo Presente”.
Leia a reportagem e ouça a entrevista divulgadas pelo Voz da América.
A “humanidade está muito conflituosa”, diz-nos Pepetela por um lado, mas por outro o escritor angolano tem esta crença incurável nessa mesma humanidade que o inspira a escrever obras que o tornaram um autor premiado mundialmente.
Mas o que nos fez embarcar numa longa conversa com Artur Pestana, Pepetela, não foram as suas crenças, mas os seus prémios. O escritor angolano foi distinguido com o prémio literário Correntes d’Escrita a 20 de fevereiro, pelo seu mais recente livro “Sua Excelência, de Corpo Presente”.
Pepetela habituou o leitor à sátira, à crítica e esta obra não é muito diferente, mas o escritor ressalva que é um livro que destaca a mudança nas sociedades africanas, numa altura em que se vive um contra-ciclo no mundo. Desta vez, a realidade africana é o exemplo positivo e não o mau exemplo.
Educação, um bem que vai de mal a pior
Pepetela vê em si um optimista, com esperança na juventude, mas ao mesmo tempo assume uma posição realista no que toca ao estado da literatura e educação angolanas, descrevendo um cenário pouco auspicioso nesse campo: “O ensino da língua portuguesa está muito mau e eu não vejo quando é que para de piorar”.
Pepetela refere que além da falta de domínio da língua portuguesa, os jovens angolanos não aprendem a escrever e não têm referências de obras em línguas nacionais, pelo que não têm portanto uma alternativa à língua portuguesa.
Com dezenas de obras publicadas e traduzido em 15 línguas, o ex professor universitário, ex-vice ministro da Educação, lamenta a falta de investimento no departamento que um dia ajudou a gerir, mas mais um vez o seu optimismo não o deixa desesperar: “Um dia vai ter que ser”, referindo-se à melhoria do sistema angolano.
Nesta conversa, o autor de obras mundialmente conhecidas como Lueji, Mayombe, Jaime Bunda, Yaka, Os Predadores, Geração da Utopia ou o Cão e os Calús, vencedor do Prémio Camões em 1997, falou também de possíveis adaptações dos seus livros ao cinema e como tudo emperra no obstáculo dinheiro. Por isso, ainda que gostasse de ver uma obra sua adaptada ao ecrã, é algo que não tira o sono a Pepetela: “Se acontecer, aconteceu, se não acontecer não aconteceu”.
Professor João Malaca Casteleiro, da Academia das Ciências de Lisboa, é eleito Sócio Correspondente da ABL na vaga do tradutor norte-americano Gregory Rabassa
A Academia Brasileira de Letras elegeu, em sessão acadêmica realizada no Petit Trianon, na quinta-feira, dia 10 de novembro, o professor português João Malaca Casteleiro – da Academia das Ciências de Lisboa e um dos mais destacados defensores do Acordo Ortográfico em Portugal – para a cadeira 18 de seu Quadro de Sócios Correspondentes, na vaga do tradutor norte-americano Gregory Rabassa, falecido em junho deste ano.
O Quadro de Sócios Correspondentes da ABL é formado por 20 membros estrangeiros. Um novo integrante somente é eleito pelos acadêmicos quando um dos efetivos falece. Casteleiro será o oitavo ocupante da cadeira 18, que foi de Silva Alvarenga (Peru), Paul Grossac (França), Francisco Rodrigues Marin (Espanha), Dardo Regules (Uruguai), Aurelio Miró-Quesada (Peru) e José Vitorino Pina Martins (Portugal). Continue lendo