Macau: a fronteira entre a Ásia e o Ocidente que fala português
Colônia portuguesa, o país é o único do mundo que possui uma língua do ramo latim e outra asiática como oficiais
Macau é uma fusão enorme entre dois mundos, onde a Ásia se encontra com a Portugal, com o Brasil e com todo o universo lusófono construído pela colonização portuguesa nos séculos XVI e XVII.
Uma das maiores consequências desse lugar fronteiriço se nota nos idiomas: português e cantonês são as línguas oficiais reconhecidas pelo Estado, embora grande parte da população fale também inglês e mandarim.
O passaporte brasileiro não exige autorização prévia para visitar Macau – exige-se apenas as mesmas regras utilizadas normalmente pelos países durante a emissão dos vistos de entrada: o documento com data de validade de seis meses antes da viagem.
Macau é bem conhecida pelos europeus como a “Las Vegas do Oriente” porque, ao contrário de alguns países do continente, assim como alguns do mercado de apostas online Brasil, no país asiático o jogo é legal. A quantidade de cassinos, bingos e casas de jogos é um dos chamarizes do turismo local, principalmente em busca de ofuscar o sucesso da vizinha Hong Kong.
O que visitar em Macau?
Macau foi território ultramarino de Portugal até 1999, quando o país europeu entregou a soberania local ao governo chinês. Hoje, assim como Hong Kong em relação à Inglaterra, é uma região autônoma próxima à China, e por isso que é fundamental que os habitantes falem tanto a língua da colônia quanto a usada na “terra-mãe”.
“Andar pelas ruas de Macau é encontrar o Leste e o Oeste em constante diálogo. Restaurantes tipicamente chineses estão lado a lado de igrejas católicas, enquanto as placas da rua estão parte em português, parte em cantonês”, diz Vitorino Oliveira, brasileiro que trabalha em Genebra, na Suíça, mas viaja regularmente a Macau para negócios.
Para ele, uma das joias de Macau é a Igreja de São Paulo, que se trata, na verdade, das ruínas do primeiro templo católico erguido pelos jesuítas portugueses quando chegaram à região, no século XVI. O que se vê atualmente é só a fachada da construção, já que um incêndio a destruiu quase que por completo em 1835 — um museu sacro no interior do templo conta a história tanto do prédio quanto de Macau.
O Largo do Senado é outra atração turística para quem quer procura conexões entre o passado colonial e a atual mistura de culturas. É como se fosse o centro administrativo local, tanto um marco político como um símbolo histórico rodeado de edifícios coloniais.
A calçada portuguesa, por exemplo, presente em toda a Lisboa, é um ponto que salta aos olhos de qualquer visitante. “Quem é português ou os brasileiros que conhecem Portugal ficam especialmente excitados quando encontram essas calçadas”, diz Vitorino.
Portugal, aliás, tem uma relação para além da colonização com Macau, já que o maior nome da literatura do país, Luís de Camões, viveu na região asiática cumprindo funções públicas e, nas horas vagas, escrevendo os Lusíadas, sua obra-prima. Hoje, no Jardim de São Francisco, numa região afastada do centro, há uma placa com versos camonianos em que os moradores se reúnem ao final do dia para praticar tai chi.
Já para os brasileiros – e especialmente para os paulistanos –, Macau tem uma Catedral da Sé, a principal igreja católica da região. Estima-se que 200 mil pessoas sejam cristãs em Macau atualmente, todos com práticas e rituais ainda muito portugueses – dentro do templo, por exemplo, o altar é decorado com a imagem da Nossa Senhora de Fátima, uma das invocações da Virgem Maria que teria aparecido no começo do século XX em Fátima, em Portugal.
Fonte: Embarque na Viagem
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