Literatura em línguas nacionais é premiada

Ministra da Cultura anunciou para o próximo ano a criação de um concurso literário
Fotografia: Vigas da Purificação | Edições Novembro

Angola vai passar a ter um prémio literário em línguas nacionais,  a partir do próximo ano, com objectivo de promover os idiomas angolanos, garantiu, quarta-feira, a ministra da Cultura.

Carolina Cerqueira, que falava na cerimónia de entrega do Prémio António Jacinto,edição 2017,  no Museu Nacional de História Natural, disse que a iniciativa pretende promover a literatura em línguas nacionais, que constitui uma das prioridades do pelouro que dirige. “Trataremos, nos próximos dias, de elaborar a programação do sector da Cultura em 2018, de modo que tenhamos um calendário cultural repleto de realizações em todo o país”, disse a ministra.
Pedro Mayamona,  estudante de Ciência da Educação do Instituto Superior de Ciência da Educação (ISCEDE), disse que a intenção do Ministério da Cultura em criar tal prémio é digna de aclamação. 
“Num momento em que as línguas locais de Angola perdem expressão, a vontade política da ministra da Cultura traduz-se em impulso para valorização e difusão das línguas que, outrora, eram consideradas nacionais, tendo em conta a sua abrangência às comunidades angolanas, organizadas em pequenas tribos, também consideradas Nações. Porém, os conflitos que tiveram lugar aqui, quer durante a colonização, quer entre povos irmãos, causaram divisão entre essas tribos e as suas línguas. Com isso, o português, língua implantada durante o regime colonial, ganhou expressão por ter sido imposta na medida em que as línguas nacionais eram proibidas”, disse.

Difusão do livro
A ministra Carolina Cerqueira disse que se está a trabalhar no sentido da redinamização e difusão do livro e na promoção da leitura, pelo que se afigura indispensável um protocolo com o Ministério da Educação, de modo a  atingir as escolas de todo o país.  Para tal, sublinhou Carolina Cerqueira “isso vai exigir maior empenho do Instituto Nacional das Indústrias Culturais e da Biblioteca Nacional de Angola, que têm de assumir o seu papel de contacto directo com as escolas e as comunidades.”
A ministra da Cultura  aproveitou a ocasião para fazer um breve balanço do que foi o ano de 2017, em termos de actividades, tendo destacado  a inserção do Centro Histórico da cidade de Mbanza Kongo na lista de Património Cultural da Humanidade da UNESCO.
A titular da pasta da Cultura disse que esta vitória só foi possível fruto do trabalho abnegado de uma equipa de profissionais competentes, que conseguiu convencer o Comité da UNESCO,  razão pela qual não hesitou em reconhecer o esforço  desenvolvido pelos profissionais. “Aproveito para mencionar e enaltecer, aqui, a acção dos trabalhadores do Ministério da Cultura, com destaque particular para toda a equipa do Instituto Nacional do Património Cultural, do Governo da Província do Zaíre, liderado pelo governador Joanes André, e da Embaixada de Angola junto da UNESCO, liderado pelo embaixador Diakumpuna Sita José, que todos juntos, formámos uma grande equipa, que conseguiu o feito inédito de colocar o nome de Angola nos registos do património”, disse.
Carolina Cerqueira disse que ainda neste ano começaram a trabalhar na dinamização do Complexo das Escolas de Arte (Cearte), de modo a cumprir o seu papel na acção cultural, aproximando-se mais da comunidade e da juventude. “Foram dados alguns passos nas áreas da diplomacia cultural e da economia, de modo a que possamos, a breve trecho, unir esforços com vista à dinamização dos centros de Cultura em todo o país, nomeadamente das casas de cultura e dos museus”, concluiu.

Fonte: Jornal de Angola

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