“Língua portuguesa carece de mais investigação sobre o seu potencial económico”, insiste ministro português
“Língua portuguesa carece de mais investigação sobre o seu potencial económico”, insiste Rui Machete
João Alexandre
O ministro dos Negócios Estrangeiros considera que o trabalho de pesquisa, sobretudo se realizado em parceria com outros países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), pode ter um “efeito multiplicador” no reconhecimento internacional da língua portuguesa.
“A língua portuguesa carece de mais investigação sobre o seu potencial económico, à semelhança do que se verifica em relação ao potencial de línguas de comunicação internacional, com destaque particular para o inglês ou o castelhano, onde já há vários estudos bastante interessantes sobre esse aspeto”, reitera Rui Machete.
No início do mês, em São Paulo, durante uma visita ao Museu da Língua, o ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) pediu aos investigadores para seguirem os exemplos do inglês e do espanhol, que possuem estudos que “procuram medir qual é o impacto da língua em termos de desenvolvimento económico”.
Esta manhã, durante a intervenção na “Conferência: Português, Língua de Oportunidades”, que decorre no Pavilhão de Portugal, em Lisboa, Rui Machete insistiu na ideia: “Nada mais adequado, pois, do que apelar à realização desses estudos”.
Durante o discurso, o MNE sublinhou que a língua portuguesa deve ser encarada enquanto uma “língua de oportunidades”, sendo falada por cerca de 250 milhões de pessoas, tratando-se da língua mais falada no hemisfério sul e representando perto de 4% da riqueza mundial.
Vincando o papel da CPLP na expansão e reconhecimento da língua a nível internacional, o ministro dos Negócios Estrangeiros admitiu, no entanto, que depois de duas décadas de existência, a CPLD tem ainda pela frente “um caminho de afirmação enquanto organização internacional”, definindo ainda o setor da energia como “estratégico” para o futuro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
“A constituição de plataformas de coordenação em áreas transversais tais como energia, telecomunicações, transportes marítimos e aéreos, setor portuário ou mercados de capitais, podem ser pontos de encontro para que Governos, instituições científicas e empresas estabeleçam contactos, partilhem informações e se associem criando novas sinergias”, afirmou Rui Machete, na iniciativa que reúne várias personalidades, para debater as potencialidades do Português, no âmbito das comemorações dos 150 anos do Diário de Notícias.