Dissertação investiga cultura e língua pomeranas em escola de Santa Maria de Jetibá (ES)
Dissertação investiga cultura e língua pomeranas em escola de Santa Maria de Jetibá (ES)
Na última segunda-feira, 13 de julho, Sintia Bausen Küster, aluna do CE/PPGE/UFES, defendeu sua Dissertação de Mestrado intitulada Cultura e Língua Pomeranas: Um Estudo de Caso em uma Escola do Ensino Fundamental no Município de Santa Maria de Jetibá – Espírito Santo – Brasil. A dissertação, orientada pelo Prof. Dr. Erineu Foerste, foi resultado de uma pesquisa desenvolvida em uma escola localizada na zona rural, na localidade de Alto São Sebastião, no município de Santa Maria de Jetibá – Espírito Santo – Brasil, que possui um número expressivo de descendentes pomeranos, estabelecidos na região no final do século XIX. Analisou em uma escola de ensino fundamental, considerando a realidade sociolinguística dos alunos, como diferentes sujeitos, que ali interagem, veem e promovem sua cultura, em especial a língua pomerana. Avaliam-se aspectos do Programa de Educação Escolar a Pomerana (PROEPO) para verificar sua contribuição para a manutenção da língua materna pomerana.
A banca avaliadora da Dissertação foi constituída pelos professores Drª Gerda Margit Schütz Foerste (PPGE/UFES), Profª Drª Edenize Ponzo Peres (PPGEL/UFES), Profª Drª Letícia Queiroz de Carvalho (IFES) e o Prof. Dr. José Walter Nunes (Unb).
O trabalho destaca-se pelo cunho sócio-político no tocante às considerações sobre a língua e suas implicações no contexto geral da cultura e da vida social da comunidade pomerana no Espírito Santo e do Brasil em suas correlações.
Dentre os resultados, atribui-se ao PROEPO o mérito da manutenção e salvaguarda desta língua de imigração, ao mesmo tempo em que os sujeitos da pesquisa externam preocupação quanto ao repasse da língua para as futuras gerações, bem como ampliação de debates sobre a difusão da língua pomerana em outras esferas sociais. Impactos sobre a perda da língua para o povo tradicional pomerano ainda são conjecturas, mas pode significar destruição de conhecimentos e saberes tradicionais, transmitidos entre as gerações até os dias atuais.
A partir da temática da pesquisa que analisou como os sujeitos veem, interagem e promovem a sua língua, compreendeu-se que o estudo pode contribuir para a educação escolar intercultural de contextos bilíngues, como práxis de resistência conforme discute (MERLER et al., 2013), que preconiza que os trabalhadores em geral, movimentos sociais, e os povos tradicionais de modo especial, “[…] produzem culturas alternativas como forma de resistência ao projeto hegemônico de desenvolvimento e de educação do capitalismo […]” (p. 39).