Comissão discute políticas de acesso e permanência dos indígenas nas universidades

Integrantes da Comissão da Universidade para Índios (Cuia) se reuniram para discutir as políticas atuais de acesso e permanência dos povos indígenas no ensino superior. O encontro aconteceu na Universidade Estadual de Maringá (UEM) e contou com representantes das sete instituições públicas de ensino superior do Paraná, mais a Universidade Federal do Paraná (UFPR), todos membros da Cuia. 

Os integrantes da Comissão se reúnem pelo menos cinco vezes por ano. Entres os assuntos debatidos estão as propostas de melhorias para o acesso dos povos indígenas às universidades. Além disso, são discutidas as deliberações de recursos oriundos da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, a fim de contribuir com a permanência indígena nas universidades públicas presentes no Estado. De acordo com a vice-presidente da Cuia, Isabel Cristina Rodrigues, tal auxílio se torna essencial para a continuidade da graduação.

A cada ano, uma universidade pública do Paraná fica responsável pela organização do Vestibular dos Povos Indígenas. Em 2017, a instituição organizadora é a UEM. Na reunião foram definidas as datas das provas, que estão previstas outubro, no distrito de Faxinal do Céu, localizado no município de Pinhão, na região Centro-Sul do Paraná.

O vestibular está dividido em duas etapas. A primeira, programada para o dia 1º de outubro, será reservada para a prova oral, quando o indígena inscrito é entrevistado por uma banca formada por dois profissionais voltados ao trabalho com a temática indígena e à diversidade étnica. Em 2 de outubro será a vez da prova de redação e conhecimentos gerais, com questões de Língua Portuguesa, Língua Estrangeira, Matemática, Física, Química, Biologia, História, Geografia e Línguas Indígenas, sendo elas o Guarani e Kaingang. 

Serão disputadas 52 vagas – seis para cada universidade estadual e 10 vagas disponíveis na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Esta é a terceira vez que o Vestibular Indígena fica a cargo da UEM. As inscrições ocorrem entre 30 de junho e 31 de julho. A estimativa é que haja em torno de 600 inscritos para esta edição do Vestibular. 

Ainda de acordo com a vice-presidente da Cuia do Paraná, o grande desafio não é o processo de inclusão, mas o de permanência nas universidades. 

“Os estudantes indígenas são pertencentes a diferentes etnias e diferentes modos de conceber, ver e estar no mundo. Ou seja, trazem para a universidade uma diversidade de línguas, culturas, organizações sociais, políticas, econômicas e cosmológicas próprias de suas etnias, que os não indígenas desconhecem e, muitas vezes, desvalorizam por meio de atitudes preconceituosas. Assim, é importante que os docentes estejam atentos para formas mais eficientes de transmissão de conhecimento, respeitando os valores culturais dos povos indígenas”, diz Isabel.

Em contrapartida, o vestibular dá visibilidade maior às características de cada etnia. Há também um olhar diferenciado sobre a presença indígena ao convívio social. Já para eles, a inclusão tem significado especial, convivendo comumente sem perder as raízes. “Os indígenas formados acabam retornando à aldeia, colocando o conhecimento adquirido na universidade em benefício de seu povo”, esclarece.

Fonte: Bonde

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