A EIDE é a primeira escola pública luxemburguesa a integrar o Português como disciplina curricular

O Português é uma das línguas de opção curricular na Escola Internacional de Differdange (EIDE), Luxemburgo, um estabelecimento de ensino público recentemente aberto.

O Português é, desde a abertura da escola, uma das quatro línguas maternas que integram o currículo ali apresentado, sublinha a diretora-adjunta da EIDE, Elisabeth Da Silva, de origem portuguesa.“O interesse pela língua foi manifestado desde o início, o que é um forte motivo de orgulho”, assume a responsável, explicando que naquela escola o Português é disciplina curricular “tanto nos primeiros cinco anos do Ensino Básico, como no ensino Secundário, via profissional e clássica, sem esquecer as turmas de acolhimento”, que preparam os alunos para integrarem o ensino regular.
A EIDE, que abriu portas em setembro de 2016, oferece o ensino de Português enquanto língua materna e também como língua estrangeira. Durante este ano letivo (2017-2018), decidiu oferecer a possibilidade aos alunos estrangeiros de optarem pelo Português enquanto atividade extracurricular. “Atividade esta procurada por um número considerável de alunos, o que vem testemunhar o interesse, cada vez maior, pela língua portuguesa na escola”, sublinha Elisabeth Da Silva.
Quanto ao número de estudantes inscritos nos diferentes níveis do Ensino Secundário, em Differdange há 40 alunos que aprendem Português como primeira língua opcional (L1), oito que a escolheram como segunda língua de opção (L2) e dois alunos que a escolheram como terceira língua de opção ( L3). Por enquanto, ainda não há alunos a aprenderem Português na EIDE, a nível do ensino primário.
Sobre a importância de se disponibilizar este leque variado de oferta da Língua Portuguesa naquela escola, Elisabeth Da Silva diz que a sua preocupação “é o aproveitamento escolar de cada um dos alunos”. “O aluno não deve somente adaptar-se ao sistema, mas o sistema educativo deve, também ele, ter em conta a bagagem linguística do aluno, adaptar-se às necessidades do mesmo, e, deste modo, oferecer a cada um a possibilidade de efetuar o percurso académico que melhor lhe corresponde, encontrando assim, a sua verdadeira vocação”, defende a diretora-adjunta da EIDE.
Um objetivo que, alerta a responsável, só se concretizará se a origem dos alunos e os seus valores culturais, “que estão intimamente ligados à língua, ao ser”, forem tidos em conta pelo sistema educativo. Além disso, acrescenta, “o facto de o português ser uma das quatro línguas mais faladas no mundo é um motivo acrescido para valorizarmos esta língua, fomentando o respeito pela mesma”.
Quanto à possibilidade do alargamento desta modalidade de ensino do Português a outras escolas públicas luxemburguesas, Elisabeth Da Silva lembra que esta é uma decisão política que cabe ao ministério e às entidades competentes levar adiante. Mas sublinha que a integração curricular do português noutras escolas públicas é algo a ser, sempre, apoiado.

Fonte: Mundo Português

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