Venezuela lança instituto para recuperar e valorizar idiomas indígenas
Venezuela lança instituto para recuperar e valorizar idiomas indígenas do país
O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acaba de anunciar a criação do Instituto de Idiomas Indígenas, espaço de memória e valorização das culturas dos povos originários do país. A pretensão é fazer um levantamento e registro sistemático e científico de todas as línguas indígenas que existam em território venezuelano.
No último dia 13 de outubro, durante instalação do Conselho Presidencial do Poder Popular para os Povos Indígenas no Palácio de Miraflores, na capital Caracas, Maduro indicou que o estudo realizado pelo novo equipamento estatal deve contribuir para a difusão do conhecimento acerca das culturas ameríndias venezuelanas, compreendendo sua cosmovisão e seus valores.
Na ocasião, a ministra dos Povos Indígenas, Aloha Núñez, apontou que, dos 44 povos indígenas que existem hoje no país, 34 falam o idioma da própria etnia e 10 perderam seu idioma tradicional. “Estamos em processo de recuperar o idioma”, assegurou Núñez.
Durante a cerimônia, um porta-voz da comunidade ameríndia Mapoyo, situada na região sul oriental e fronteiriça do Estado de Bolívar, com 322 habitantes, afirmou que há um esforço para que a língua indígena não desapareça, mantendo e revitalizando aspectos dessas culturas. “Nós somos os primeiros comprometidos para que ela não desapareça. Nossos avós transmitem seus conhecimentos e, depois, somos nós que temos que incorporá-los aos demais conhecimentos, conhecer outros tipos de estudos, articular com nossa cultura”, frisou o líder indígena.
Além da criação do Instituto, Maduro aprovou recursos destinados a projetos apresentados por comunidades originárias. Um deles prevê a incorporação de indígenas com idade a partir dos 50 anos ao Registro Nacional da Grande Missão em Amor Maior Venezuela, programa público de atenção a idosos. Com sua inclusão, os indígenas poderão receber pensão em valor equivalente a um salário mínimo, mensalmente.
Ademais, o governo aprovou a destinação de 2,9 milhões de bolívares fortes (proporcional a 471,9 milhões de dólares) para a construção de 5 mil novas casas que respeitem as culturas arquitetônicas de cada região, beneficiando 5 mil famílias ameríndias. Foram ainda confirmados fundos para a luta contra a pobreza e a garantia de segurança e justiça social para as comunidades. Outros 396 novos projetos socioprodutivos das comunidades originárias também serão financiados por 265 milhões de bolívares fortes (proporcional a 42,06 milhões de dólares).
Maduro também aprovou estender o serviço bancário a todas as comunidades indígenas do país, além de incrementar todas as vias de comunicação e a comunicação por satélite nas localidades onde vive essa população. O presidente outorgou ainda seis títulos de propriedade coletiva de habitate terra a comunidades indígenas situadas no norte oriental do Estado de Anzoátegui.
Do Conselho Presidencial do Poder Popular para os Povos Indígenas participam, atualmente, 44 porta-vozes das 35 etnias indígenas que habitam a Venezuela. A entidade institucional pretende atuar para a integração das comunidades originárias e executar programas dirigidos ao fortalecimento do bem estar indígena através do protagonismo de seus povos. Em breve o Conselho se converterá em parte da estrutura do governo federal para a dignificação dos povos aborígenes.
Fonte: Adital