Francofonia

Duas línguas estrangeiras no primário não é exagero

O Francês na berlinda
Duas línguas estrangeiras no primário não é exagero

Por Sonia Fenazzi
Adaptação: J.Gabriel Barbosa

Enquanto o alemão é ensinado em todas as escolas primárias da Suíça francófona, o francês está ameaçado de ser abolido das escolas primárias na parte alemã. (Keystone)

Enquanto o alemão é ensinado em todas as escolas primárias da Suíça francófona, o francês está ameaçado de ser abolido das escolas primárias na parte alemã. (Keystone)

Duas línguas estrangeiras são demais para as crianças, garantem os autores de uma iniciativa visando impor um único idioma na escola primária. Já os especialistas defendem que os jovens alunos do nível básico têm prazer em aprender uma língua estrangeira. Desde que sejam adequadas às condições de ensino.

Seriam as crianças suíças menos inteligentes que as de Luxemburgo? A pergunta procede, quando se compara o Grão-Ducado – onde o ensino de duas línguas estranhas aos alunos do primário é aplicado sem problema – à Confederação Suíça, onde, nos cantões germanófilos (i.é, de língua alemã) cresce o número de pedidos para que se ensine apenas um idioma, adiando o outro para a escola secundária.

A reivindicação, apresentada por professores que alertam para o perigo de sobrecarregar os alunos, é lançada por canais políticos, através de ações parlamentares e iniciativas populares. Mas ela surpreende por diversos motivos, a começar pelo fato de que pesquisas sobre o cérebro humano depõem em favor de um ensino precoce de língua estrangeiras.

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Franceses tentam salvar pureza da língua na internet

A ministra da Cultura da França, Aurelie Filippetti, foi obrigada a se retratar, no início de agosto, por cometer um erro ortográfico em um tuíte. Como, por conta do cargo que ocupa, ela é a “guardiã oficial da língua francesa”, o episódio foi visto como vergonhoso. É fato que a espontaneidade das mensagens no Twitter acaba levando a desatenções com a língua; a ministra, por sua vez, culpou um assessor desleixado. No entanto, para puristas linguísticos, o incidente tocou em questões mais amplas, como a deturpação da língua nas mídias sociais e a invasão da língua inglesa na cultura francesa.

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As línguas de Montréal: bairros anglófonos & francófonos

Guilherme cursa seu PhD em Linguística na McGill University, em Montréal, Québec, no Canadá. E sua experiência ao residir no Canadá vem alimentando seu blog Life In Canada/La Vie Au Canada. No último dia 2 de julho fez uma interessante postagem sobre a distribuição das línguas em Montreal.

O Canadá é bilíngue. Tudo oficial é escrito em inglês e francês; alunos aprendem [pelo menos] ambas as línguas na escola; há universidades que ensinam apenas em inglês, apenas em francês, ou em ambas as línguas.

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Falantes anglófonos de Quebec se manifestam contra mudanças na legislação linguística

Ativistas pelos direitos da língua inglesa manifestam suas preocupações a cerca da nova legislação linguística, afirmando que fere seus direitos. O projeto de lei 14 pretende alterar a Carta da Língua Francesa (Lei 101 que assegura o direito de viver e trabalhar fazendo uso do idioma Francês), a fim de proteger e fortalecer o francês na província foi aprovado, gerando inquietação entre a população anglófona, que se diz sob ataque do governo da Primeira-ministra Canadense Pauline Marois do Parti Québécois (PQ). Sua preocupação é que as novas regras se destinam a encorajar a utilização do francês em pequenos negócios, assuntos municipais e educação de nível intermediário e superior.

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