Sem Palavras/Speechless/Sprachlon: memórias do silenciamento linguístico

“Quando libertamos as memórias, elas provocam uma revolução em nossos pensamentos e nos contaminam de prazer e melancolia”:  assim se faz a abertura do documentário Sem Palavras, trazendo para a tela as memórias de descentes alemães  que viveram o silenciamento linguístico das Campanhas de Nacionalização do Estado Novo de Getúlio Vargas.

Em 1930, milhares de imigrantes vindos da Europa Central e do Leste (alemães, italianos, poloneses, russos, pomeranos, etc)   vivam no Brasil,  tendo aqui estabelecido, desde sua chegada, iniciada em meados de 1800,  comunidades coesas,  tanto do ponto de vista linguístico como cultural. Sobre todos eles incidiram as políticas de nacionalização, que proibiram os usos de suas línguas em todos os espaços públicos, inclusive no ensino, impondo prisões e torturas a quem desobedecesse as leis. Entre eles, estavam  cerca de 280 mil imigrantes alemães que, de uma hora para a outra, tiveram suas escolas fechadas e sua língua proibida. Os que viveram aquele tempo dão agora seus testemunhos, em um documentário com direção e roteiro de Kátia Klock.

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