O inglês… mesmo que sem acordos ortográficos
Na Eurovisão tivemos a busca efémera do sucesso a sobrepor-se à soberania da língua. Sinal dos tempos…
Apesar de ser apenas o terceiro idioma em número de falantes nativos (cerca de 380 milhões de pessoas, atrás do chinês mandarim e do espanhol), o inglês deixou de ser uma “linguagem inglesa” para ser global. É a língua franca da globalização, uma espécie de latim hodierno.
Começou por ser a primeira língua de expansão colonial. Hoje é o idioma base da informática, tecnologias, gestão, economia, negócios, Internet e redes sociais, telecomunicações, ciência, comércio internacional, diplomacia, aviação, medicina, entretenimento. E também de um pretenso elitismo profissional de “Zeinal Bavas”, para ver quem mais não consegue dizer em português o que em inglês exprime majestaticamente.
As jovens gerações são cada vez mais educadas na expressão generalizada do bilinguismo: a língua materna e inglês.
Na Internet, o inglês ultrapassa mesmo as línguas faladas na China, sendo Portugal aqui o 5.º idioma mais representado:
Curiosamente, com a consumação do “Brexit”, o inglês fica numa posição algo estranha. Só a Irlanda, e vá lá, Malta, o terão como idioma oficial, ainda que a par do gaélico e do maltês.
A União Europeia tem 24 línguas oficiais e de trabalho: cinco românicas (português, francês, espanhol, italiano e romeno), cinco germânicas (inglês, alemão, neerlandês, sueco e dinamarquês), oito eslavas (polaco, checo, eslovaco, búlgaro, lituano, letão, croata e esloveno), três fino-úgricas (húngaro, finlandês e estoniano), uma céltica (gaélico irlandês), uma helénica (grego) e uma semita próxima do árabe, mas escrita em caracteres latinos (maltês).
Se a estes 24 idiomas oficiais juntarmos outras expressões com algum peso histórico, étnico, político ou regional, a “torre de Babel” ainda mais se complica. Citando apenas algumas das mais conhecidas: catalão e galês (consideradas línguas co-oficiais), corso, sardo, bretão, gaélico escocês, basco, luxemburguês, albanês, língua cigana (romani).
Com a saída do Reino Unido, só quatro línguas se repetirão: o alemão (Alemanha e Áustria), o francês (França, Bélgica na Valónia e Luxemburgo), o neerlandês (Holanda e Bélgica na Flandres) e o grego (Grécia e Chipre).
Fonte: Público
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