O ensino do português em áreas de fronteira

É realmente uma empreitada das mais complexas o ensino do português nas áreas de fronteira, sejam elas étnicas ( no caso de povoamentos indígenas) ou entre países ( como no caso da fronteiras do MERCOSUL, coma relação entre a língua portuguesa e a espanhola). Resolver os problemas de lecionar o português neste tipo de situação e passar o conhecimento da língua para as populações inseridas neste contexto torna-se mais do que nunca vital para uma melhor inclusão destes povos num mundo cada vez mais globalizado e reforçar os laços de cooperação mutua.

De fato vivemos num pais monolinguista (a língua do estado brasileiro oficialmente é o português). Mas nestas áreas de fronteira as línguas minoritárias fazem parte do cotidiano da população, são heranças e traços culturais enraizados em seu modo de viver. O ensino da língua portuguesa é necessário para a inclusão desta camada da população para o acesso a educação, saúde, emprego e tantos outros bens essências a vida. Cabe então que a política aplicada no ensino nesta situação referida seja comprometida tanto quanto ao aprendizado eficaz e produtivo do português, sem, no entanto esquecer-se da importância que a língua herdada das tradições dos povos em situação de risco perante a opressão e  opulência cultural da língua oficial do estado nacional.

 Os problemas relacionados a opressão da vida em uma sociedade que na maioria das vezes enxerga o modo de vida de seu povo de forma pejorativa e preconceituosa faz com que estas políticas linguísticas necessitem de extremo cuidado e  um acompanhamento especifico a cada população e seu ambiente antropológico. Por serem forçados a se adaptarem a viver de forma diferente da que estavam acostumados, problemas sociais comuns na sociedade urbana são criados dentro do seio de seu ambiente. Depressão, vicio em drogas, violência domestica e crimes devido a exclusão social são agora parte do cotidiano desta populações.

 Nas regiões de fronteira co m países de língua espanhola, o trato e as relações bilíngues apesar de não causarem um impacto social tão negativo como no caso das populações indígenas, têm os seus problemas. Adaptar o aluno a seguir as regras de apenas uma só língua na sua norma formal é difícil, pois a fala e os traços da língua coloquial que misturam ambas as línguas em regiões fronteiriças são evidentes. Os métodos pedagógicos então devem visar toda uma sistemática amparada em traduzir da melhor forma possível os aspectos do cotidiano do aluno,  suas experiências e relações com o que o esta a sua volta.

As políticas governamentais voltadas para uma ampla e qualitativa inserção do ensino do português nestas áreas deve-se basear em metodologias educacionais baseadas na pluralidade  destas populações e todas suas respectivas características culturais,  sociais e até mesmo educacionais, pois cada povo tem um modo peculiar de ensino, traços e essência de sua etnia. Com toda a questão do mundo contemporâneo onde se cada vez mais a cultura e a visão da sociedade é massificada, sendo transformada em método visando apenas a produção econômica, um ensino de uma língua oficial de um estado que vise conservar ao mesmo tempo outras línguas pertencentes ao território nacional, vira peça vital na preservação cultural de uma população acuada pelas transformações forçadas do seu modo de vida.

para uma leitura mais aprofundada: http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/p00003.htm

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