Melhor aplicativo social do mundo ajuda na comunicação com surdos

Um aplicativo criado por três amigos brasileiros, do Estado de Alagoas, venceu o Oscar dos apps, o prêmio de melhor aplicativo social do mundo em 2013 promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU), com mais de 15 mil inscritos de mais de 100 países.

O Hand Talk (A Fala das Mãos, em tradução livre) faz, gratuitamente, a tradução automática do português para a Língua Brasileira dos Sinais (Libras). Lançado em julho deste ano, ele funciona em celulares e tablets com sistemas Android e iOS. Já teve mais de 80 mil downloads e fez mais de 3 milhões de traduções de áudio, texto e imagem.

As traduções para Libras são feitas pelo Hugo, um simpático intérprete virtual em animação 3D. A empresa, sediada em Maceió (AL), emprega 17 pessoas, sendo 2 deficientes auditivos e 3 intérpretes especializados na linguagem dos sinais.

O Brasil tem quase 10 milhões de surdos, de acordo com o último censo do IBGE, com diferentes graus de deficiência e necessidades. Só uma parte consegue se comunicar com a Libras. “É um outro idioma, que segue um contexto diferente do português, com morfologia, sintática e semântica próprias”, explica Ronaldo Tenório, 28 anos, um dos sócios e idealizador do aplicativo.

Para converter satisfatoriamente arquivos digitais em português para a Libras, a empresa teve o apoio da Universidade Federal de Alagoas, que pesquisa o idioma há mais de dez anos.

Hugo vendeu um galeto

A ideia do aplicativo surgiu quando Ronaldo cursava a faculdade. O interesse pelo assunto faz supor que ele tenha uma deficiência auditiva ou ainda um amigo ou familiar surdo. “Nem uma coisa, nem outra. Eu precisava criar um produto para um trabalho de faculdade; pensei em fazer algo que ajudasse as pessoas”, conta Ronaldo. Fez pesquisas sobre deficiências e acabou optando pela auditiva. A ideia começou a sair do papel quando seu amigo e agora sócio, Carlos Wanderlan, 31 anos, fez um curso de desenvolvimento de aplicativos e o procurou para montar um negócio. O terceiro sócio, Thadeu Luiz, 30 anos, é especialista em animação e foi quem deu vida ao boneco Hugo.

A receptividade, conta Ronaldo, tem sido boa. As pessoas costumam enviar mensagens contando como o aplicativo ajudou a resolver algum problema de comunicação. Foi o caso do funcionário de um restaurante que usou o aplicativo para se comunicar com um cliente surdo. “Hugo acabou de vender um galeto”, contou o rapaz em mensagem enviada à equipe.

Como alavancaram a ideia

Ronaldo, Carlos e Thadeu participaram, no primeiro semestre de 2013, do programa de aceleração daArtemisia, uma organização que apoia negócios sociais. O trio fez um curso lá, teve a ajuda de mentores para direcionar o plano de negócio e o apoio da rede para obter investimento.

O aplicativo tem sido muito usado em escolas e também por pessoas que estão aprendendo Libras. “Ele ajuda a reduzir o preconceito e aproximar as pessoas. E os surdos que só se comunicam por Libras usam o Hand Talk para adquirir mais conhecimento”, diz Ronaldo.

Para financiar a evolução do aplicativo, que recebe atualizações constantes e tem a ajuda dos usuários para melhorar as traduções, a empresa criou uma série de soluções corporativas, como totens interativos acessíveis para eventos, com a tradução simultânea do intérprete Hugo. Ronaldo explica: “Cobramos das empresas para poder manter o app gratuito para a população”.

Fonte: Sampacriativa.org

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