Ensino de línguas globaliza escolas

A globalização forma tecnicamente milhares de profissionais a cada ano nas suas faculdades e escolas técnicas. Paralelamente, o setor educacional também criou uma rede multidisciplinar visando preparar as pessoas para a concorrência global no mercado de trabalho em multinacionais e focar a vida globalizada. A coordenadora pedagógica da Focus Idiomas, Alecssandra Otsuka, com vivência de 20 anos no ensino de inglês, comenta que as escolas de idiomas mudaram de perfil graças à globalização.

A pratica implementada por Otsuka no dia a dia e por outros gestores caminha em consonância ao alerta de Domingos Malandrino, diretor regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), regional Bauru, direcionado especificamente para o setor produtivo da indústria. Permanecerá no mercado quem fizer diferente e melhor, ainda que produza o mesmo bem.

As escolas de idiomas se reinventaram nas últimas décadas diante dos anseios de uma clientela com múltiplos interesses e faixa etária diversa. Otsuka explica que seu trabalho na coordenação pedagógica, atualmente, é preparar sua equipe de professores para aplicar aulas personalizadas ao interesse particular de cada segmento de alunos. Tem gente que procura a escola de idiomas só para estar apto a uma entrevista de emprego no quesito língua estrangeira, como foi o caso de Claudemir de Oliveira, que se preparou intensivamente no curso de espanhol e, há três anos, gerencia uma indústria em Buenos Aires.

A coordenadora pedagógica comenta que o curso de inglês é muito procurado por estudantes do terceiro e quarto anos de engenharia da Unesp em Bauru focados nas entrevistas em inglês, que são eliminatórias em empresas multinacionais, como a Volvo, com filial no município de Pederneiras (26 quilômetros de Bauru).

Outro nicho atendido nas escolas de idioma é de estudantes de graduação e pós-graduação. Otsuka acrescenta que um dos estudantes de inglês e espanhol avançado se prepara com cursos específicos para proficiência no mestrado. Ela conta que o rapaz irá viajar para a China nas férias.

Alecssandra Otsuka ressalta que a globalização modificou a maneira de se comunicar com uma amiga, a uruguaia Paola Cigliuti, que mantém uma escola de idiomas na cidade de Atlantida. A troca de cartas entre as amigas foi substituída pelo Skype. Esse intercâmbio era feito também com estudantes encaminhando suas mensagens para a amiga.

Os avanços tecnológicos trouxeram para dentro da sala de aula das escolas de idiomas alunos com uma desenvoltura que exige interatividade em qualquer atividade. Otsuka comenta que o globo terrestre foi extinto da didática há muito tempo como ferramenta de identificação de lugares onde se fala determinada língua. O material didático incorpora a linguagem a que os estudantes estão acostumados. Os irmãos Vitor Tezuka, 12 anos, e Guilherme Tezuka, 10 anos, fazem aulas de japonês com apostilas formatadas nos quadrinhos japoneses (mangá). A escola também incorpora tecnologia digital para tornar as aulas mais produtivas, inclusive com jogos que garantem atenção e empenho dos estudantes.

O foco é no educador. Otsuka comenta que os professores ficam estimulados a estudar e, a cada período, se atualizam para atender as demandas de um segmento globalizado.

Tão globalizado que, com 15 anos de existência, a Focus recebeu neste ano o selo da Cambridge University Press, concedido pela editora internacional da Universidade de Cambridge, renomada instituição de ensino inglesa. “Isso também é resultado da globalização. É a única escola bauruense a receber este reconhecimento. Desde janeiro é uma Educational Partner, representando a Universidade de Cambridge”, comemora Otsuka.

Para concessão do selo, a escola bauruense teve que demonstrar aos ingleses que utiliza material original Cambridge University Press e compartilha dos mesmos princípios éticos, educacionais, sociais e ambientais. A escola também prepara e aplica os exames de proficiência.

Crianças ‘surfam’ com naturalidade nesta seara

O mundo erguido com base na globalização colabora para o surgimento de pessoas com cabeça globalizada. As crianças é que ‘surfam’ com mais naturalidade. Natália Vasconcelos Bereandt de Oliveira, 13 anos, e os irmãos Vitor Tezuka, 12 anos, e Guilherme Tezuka, 10 anos, se preparam em aulas interativas e lúdicas na Focus Idiomas. Ninguém pensa em ingressar em uma multinacional ainda.

Vitor e Natália cursam o oitavo ano do ensino fundamental, enquanto Guilherme se diverte no quinto ano. Vitor passou a ter contato com outra língua já aos 9 anos e é praticamente fluente em espanhol e inglês. Começou a frequentar o japonês há três meses junto com o irmão, que frequenta as aulas de inglês há três anos.

Os pais, Leonice e Alberto Tezuka, incentivam os filhos desde sempre para um mundo global. Leonice conta que, na última viagem de férias, os meninos não tiveram dificuldade em fazer amizades com crianças de uma família de holandeses e com argentinos. Vitor pratica o inglês enquanto ouve música no carro. A experiência cinematográfica ganha maior amplitude porque os meninos e Natália dispensam as legendas.

“Inglês é básico hoje. É necessário aprender uma segunda língua. Você não sabe onde vai acabar parando”, pontua Vitor. Guilherme ouvia as conversas do pai com sua avó Shigueko, que residiu durante 10 anos no Japão. Ele resolveu estudar japonês para também conversar com a avó. “Não pensava em fazer japonês. Mas o Guilherme começou a fazer e pensei na consequência de tudo”, comenta Vitor, ao explicar sua opção por seguir o irmão nas aulas de japonês.

Natália já pensa em realizar um intercâmbio com o Canadá, onde poderá praticar o francês e o inglês, enquanto conhece uma nova cultura. Filha de Claudemir de Oliveira, ela foi incentivada inicialmente pelo pai a dominar o espanhol. Claudemir é gerente industrial de uma empresa em Buenos Aires, onde reside há três anos. Natália, o irmão Tiago e a esposa de Claudemir visitaram a Argentina em duas oportunidades de férias da família. Claudemir conta que a filha não teve dificuldade em conversar com os argentinos e fazer amizades no país de língua espanhola.

Natália pretende ir além do espanhol, inglês e francês. Seu projeto de estudo de línguas inclui italiano e o alemão. A língua alemã é uma motivação porque suas avós nasceram na Alemanha e vieram para o Brasil.

Fonte: JCNet

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