Emigrantes portugueses estão contra os testes de língua para obtenção de residência no Canadá

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Cerca de 150 emigrantes que trabalham na construção civil, portugueses na sua maioria, interpuseram uma ação contra o governo canadiano alegando que o teste de língua inglesa para obtenção da residência permanente a que foram submetidos é de elevada dificuldades e que não é necessária a exigência requerida do conhecimento da língua para as tarefas que desempenham.

Joseph Volpe, ministro da Cidadania e Imigração entre janeiro de 2005 e fevereiro de 2006, no governo do primeiro-ministro liberal Paul Martin, acusou o atual executivo do conservador Stephen Harper e o seu ministro da Cidadania e Imigração, Chris Alexander, de se concentrarem na questão da fluência da língua como condição de integração na sociedade canadiana e questionou a importância dos testes de língua para obtenção de residência permanente no país, na sequência da ação interposta por emigrantes, maioritariamente portugueses, contra o governo federal por alegada discriminação.

Segundo o ex-ministro, o princípio está errado e dá como exemplo o caso de algumas zonas de Toronto em que não se falam as línguas oficiais do Canadá, o inglês e o francês, e as pessoas “estão integradas”.

“Não é preciso saber falar inglês para espetar um prego na madeira, nem é necessário falar francês para se cortar a madeira. Nem para se fazer limpezas. Excepto para se ser professor, advogado, contabilista. Talvez um engenheiro, um arquiteto, mas duvido. Nem é preciso saber falar nenhuma das línguas para se ser canalizador, para se ser condutor”, frisou.

Os imigrantes aguardam agora uma decisão federal sobre o caso e o advogado que os representa pediu ao tribunal que suspenda os processos de possível deportação, tendo em conta que nalguns casos os vistos de trabalho já cessaram.

Os imigrantes “trabalham, compram casas, criam empregos, pagam impostos e tornam o país saudável financeiramente. São como a minha mãe, nunca falou uma palavra em inglês, mas isso não significava que não o entendesse. Criou a sua família e integrámo-nos todos muito bem”, salientou.

Para o antigo ministro, os imigrantes são “um fator essencial para o desenvolvimento do Canadá”, e recordou que Toronto há 30 anos tinha metade da dimensão atual, acentuando o facto da maioria dos seus habitantes serem imigrantes.

Joseph Volpe adiantou à Lusa que em 2005 recusou uma proposta apresentada por quadros do seu ministério no sentido de se avançar para o exame linguístico, denominado International English Testing System (IELTS, na sigla em inglês) dada a dificuldade que o mesmo apresentava.

O ex-ministro acusa ainda o atual executivo conservador de não estar interessado em acabar com a imigração ilegal, antes preferindo aproveitar o trabalho dos imigrantes no desenvolvimento do país.

“Os miúdos não saem da escola para trabalhar na construção. Os governos, tanto no Ontário, como nas outras províncias, não conseguem formar pessoas qualificadas para a construção. O único local de onde podem vir é de outro país. Nenhum dos miúdos de segunda e terceira gerações quer ir trabalhar para as padarias, restaurantes, limpezas, ou fábricas”, daí a necessidade de mão-de-obra estrangeira, justificou.

Joseph Volpe disse ainda que a questão dos imigrantes indocumentados já é antiga, recordando que quando foi ministro, um sindicato do setor da construção revelou-lhe que tinha registado mais de 10 mil trabalhadores ilegais.

O Ministério da Cidadania e Imigração calcula que existem entre 45.000 a 75.000 trabalhadores portugueses a laborar na Grande Área de Toronto.

Fonte: Revista Port.com

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