Educação Indígena: Prefeitura contribui para o resgate da língua materna em escolas municipais

Escolas municipais indígenas ensinam Língua Materna - Foto: Vitória Barreto.

Escolas municipais indígenas ensinam Língua Materna – Foto: Vitória Barreto.

Educação Indígena: Prefeitura contribui para o resgate da língua materna em escolas municipais

Ceiça Chaves

“Yontonon, esenupan, esenyaka’ma e pemonkon”. É provável que muitos não compreendam nenhuma dessas palavras, que em língua macuxi significam família, estudar, trabalhar e homem. Preservar a língua materna, as tradições e os costumes de cada etnia tem sido um desafio na maioria das comunidades indígenas de Roraima. Pode-se dizer que o contato muito próximo com os não índios e com a língua oficial do país tenha contribuído para tal situação.

Por esse motivo, as línguas macuxi e wapichana fazem parte da disciplina de Língua Materna oferecida em 11 escolas municipais indígenas. A Prefeitura de Boa Vista faz questão de garantir os direitos adquiridos por meio da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96 (LDB). Os artigos 32 e 79 da referida lei é uma conquista dos povos que possibilita o resgate e a preservação das línguas indígenas brasileiras.

Mais de 500 alunos são atendidos nas unidades municipais localizadas nas regiões do baixo São Marcos e Murupu. Macuxi é a língua ensinada nas escolas Clemente dos Santos na comunidade Vista Nova, Ko’ko (Vovó em macuxi) Ermelinda Raposo da Silva no Campo Alegre, Vovó Antônia Celestina na Vista Alegre, Tuxaua Albino na Ilha, Martins Pereira na comunidade do Morcego, Vovó Terezinha, Bom Jesus, Vovó Tereza, Darora.

A língua wapichana é ensinada nas escolas Vovô Jandico na região da Serra da Moça; Francisca Gomes, na Serra do Truaru; Vicente André, no Truaru da Cabeceira; Dukuzyy Sebastião, no Lago Grande e na escola Ignês Benedicto, na comunidade do Milho. Em todas elas, os professores fazem parte da própria comunidade. Eles passam por constantes encontros pedagógicos, formações e orientações de como trabalhar a metodologia e o planejamento em sala de aula.

Foto: Vitória Barreto

Foto: Vitória Barreto

Há mais de cinco anos, Consolata Gregório, de etnia macuxi, se dedica a ensinar as crianças da Escola Ko’ko Ermelinda, na comunidade Campo Alegre. Ela relatou a tristeza de ver seu povo perder a identidade étnica. “Nós indígenas perdemos a nossa tradição, a própria língua materna ninguém mais usa. É maravilhoso a disciplina estar inserida nas escolinhas. E o que queremos é tentar resgatar e ensinar nossos alunos para que isso não se perca totalmente”, declarou ela.

O tuxaua Jander Evaristo, está há quatro anos na liderança da comunidade Campo Alegre e declarou que eventos da região tem buscado incentivar os alunos a se esforçarem na disciplina. “As crianças estão em fase de aprendizagem, estão ainda com uma mentalidade limpa e têm mais facilidade para aprender. Com a parceria da prefeitura estamos promovendo há dois anos a festa do Dia do Índio, e uma das regras é que os alunos só participam se estiverem aprendendo a língua materna”, declarou.

Mais avanços na Educação Indígena: A Prefeitura tem buscado valorizar a educação nesses locais e garantir que as unidades tenham acesso aos mesmos benefícios que as escolas urbanas, a começar pelo ensino estruturado expandido para toda a rede. A alimentação escolar segue o mesmo cardápio das demais unidades, com um diferencial: o café da manhã também é servido nas escolas rurais e indígenas. Além disso, contam com atendimento de cuidadores para os alunos especiais, fora os materiais esportivos e pedagógicos que também chegam às escolas do campo.

Fonte: Roraima em Foco

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