Educação bilíngue para surdos com LIBRAS como primeira opção de língua

Está marcada para março a inauguração da primeira Escola Bilíngue Libras e Português para surdos de Porto Velho. A unidade educacional terá que adotar a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como primeiro opção do sistema de ensino, utilizando o português como segunda língua, conforme o projeto de lei que estabelece diretrizes e parâmetros para a criação da escola.

O projeto ainda não foi votado na Câmara Municipal de Porto Velho, mas segundo o vereador Bengala (PT), autor da proposta, a matéria deve entrar em pauta em breve. Enquanto isso a Secretaria Municipal de Educação (Semed), acelera o processo de implantação da estrutura.

A chefe de Divisão de Ensino Especial da Semed, Silvia Regina Thomás, afirma que o projeto pedagógico está pronto, em fase de aprovação pela Divisão de Ensino da própria Secretaria. O próximo passo será cadastrar os alunos, uma vez que o prédio já está definido, a antiga escola Pró Ensino, situada na avenida Farquar.

A equipe que vai atuar na escola está em processo de composição. O quadro de profissionais deve incluir professores bilíngues, interpretes e instrutores – professor surdo, além de profissionais bilíngues que atuem com tecnologia de informação e comunicação. “O município dispõe de profissionais capacitados, mas não o suficiente para a demanda. Instrutor não temos nos quadros do município, serão contratados de forma emergencial”, garantiu Silvia.

Ainda não é possível precisar a quantidade de alunos que serão atendidos, depende da aprovação do projeto pedagógico. O que a chefe da divisão de ensino especial garante é que a escola vai atender todas as idades. “Durante o dia a prioridade são as crianças e a noite atuaremos com o EJA – Educação de Jovens e Adultos. A princípio até o quinto ano do ensino fundamental, veremos a possibilidade de expandir conforme a demanda de matrículas”, explicou Silvia.

Perfil dos Alunos

A Escola Bilíngue vai atender prioritariamente surdos, deficientes auditivos (pessoas que ouviram, mas perderam a audição) e ouvintes filhos de surdos. “Conhecemos muitos casos de crianças filhos de pais surdos que ouvem normalmente mas não falam, devido a deficiência dos pais. Vamos trabalhar arduamente com esse público”, prometeu a representante da Semed Silvia Regina. Os alunos surdos matriculadas em escola regular, serão redirecionados para a escola bilíngue.

A iniciativa da atual gestão municipal é elogiada pela Associação dos Surdos de Porto Velho (ASPVH). A presidente Indira Stédile diz, através do professor e intérprete Willian Sestito, que esse era um sonho antigo da comunidade surda. Ela relata que nas escola, as crianças sofrem com a falta de preparo dos professores, uma vez que nem todos conseguem se comunicar através da Libras. “Muitas crianças se isolam na escola por não conseguir se comunicar, outros deixam de frequentar as aulas por essa mesma dificuldade. Tendo a Escola Bilíngue acredito que esse problema terminará”, comemora Indira.

Pioneirismo

Silvia Regina Thomás, chefe de Divisão de Educação Especial da Semed explica que o projeto foi montado com base na escola de Fortaleza (CE), modelo para as quatro unidade existentes no Brasil, sendo Porto Velho a quinta a aderir o ensino e única da região Norte. Para ela, que possui dois filhos portadores de necessidades especiais, a Escola Bilíngue é a realização de um sonho. “Nem parece real, tem horas que eu me pego perguntando se é verdade. A gente aqui da secretaria nunca imaginou que a promessa se tornaria realidade e tão rápido. Quando o atual prefeito falou da implantação imaginamos que seria para 2014, mas não, é para agora. Os surdos tem pressa por aprender”, finalizou.

Fonte: Diário da Amazônia

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