Promoção de línguas brasileiras de imigração: em pauta na mídia e nos municípios brasileiros

Em destaque no Jornal A Gazeta de São Bento do Sul (SC), esteve a presença e a promoção das línguas brasileiras de imigração faladas naquele município, a saber: Hochdeutsch, Bayerisch, italiano, polonês e ucraniano. A pesquisadora do Ipol, Ana Paula Seiffert, que realizou um diagnóstico sociolinguístico em São Bento do Sul em sua dissertação de mestrado (UFSC/2009), participou da matéria com alguns esclarecimentos sobre os usos e representações de cada uma dessas línguas de imigração na localidade, sinalizando, inclusive, para a necessidade de ações de promoção dessas línguas que estão em processo de perda (em diferentes estágios) na localidade. No referido estudo, a pesquisadora defende que as ações para revitalização e manutenção dos idiomas minoritários na localidade precisam passar pela recuperação do prestígio, do status das línguas de imigração e, para isso, sugere o envolvimento da comunidade na elaboração de estratégias que garantam a preservação do patrimônio linguístico da cidade. Conhecendo-se detalhadamente a realidade linguística do município e através de ações discutidas e elaboradas com a participação dos falantes, como a criação de um Conselho de Línguas (a exemplo de outras cidades) e a inclusão dos idiomas minoritários nas grades curriculares das escolas municipais, a pesquisa aponta para a possibilidade de reverter o quadro de desaparecimento dessas línguas brasileiras de imigração.

As línguas brasileiras de imigração e sua promoção, atualmente, tem despertado maior interesse dos meios de comunicação e do público em geral mas também dos governos, sobretudo nos municípios que passam a perceber e a valorizar a diversidade e o patrimônio linguístico que possuem. Isso fica evidente quando se observa, por exemplo, a quantidade de municípios brasileiros que cooficializaram línguas brasileiras de imigração: Santa Maria de Jetibá, Domingos Martins, Pancas, Laranja da Terra e Vila Pavão no Espírito Santo e Canguçu no Rio Grande do Sul cooficializaram o Pomerano; Serafina Corrêa no Rio Grande do Sul cooficializou o Talian; Antônio Carlos em Santa Catarina o Hunsrükisch e Pomerode, Santa Catarina, o Alemão.

Ações de promoção como a cooficialização estão em pauta no Forlibi, o Fórum Permanente das Línguas Brasileiras de Imigração. Fundado pelo Ipol, pela FIBRA-RS (Federação das Associações Ítalo-Brasileiras do Rio Grande do Sul), pela Prefeitura Municipal de Santa Maria de Jetibá (ES) e pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), o Fórum reúne e promove o diálogo sobre as iniciativas de promoção das línguas brasileiras de imigração entre falantes, pesquisadores e instituições parceiras, propondo-se a ser um “espaço de pesquisa, mediação e articulação política em variadas frentes para o fortalecimento das mesmas”.

Na promoção das línguas de imigração, além de integrar o Forlibi, atualmente o Ipol participa do Conselho da Língua Alemã de Blumenau (SC) e e também está executando o Projeto Receitas da Imigração – Língua e Memória na Preservação da Arte Culinária (IPHAN/PNPI 2012). Esse projeto está produzindo uma publicação plurilíngue (línguas de imigração/português) com as histórias das imigrações tais como contadas nas línguas das comunidades linguísticas da região do Vale do Itajaí através das tradições culinárias desses grupos.

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