Convocatória para Mestrado em Sociolinguística para falantes de línguas indígenas

Dada a diversidade linguística no mundo e no Abya Yala, os países latino-americanos começaram a reconhecer, estudar e revitalizar seus idiomas indígenas. Assim, México, Peru, Chile, Equador, Colômbia, Paraguai, Bolívia e outros revalorizaram a existência de povos indígenas e, consequentemente, suas línguas nativas desde o início deste século. Em primeira instância, o México elaborou e aplicou a Lei Geral de Direitos Linguísticos dos povos indígenas desde março de 2003; o Peru reconhecer a diversidade linguística mediante a lei de Línguas Aborígenes, em novembro de 2003; a Venezuela promulgou a lei de idiomas indígenas em 2008; o Paraguai promulgou sua lei de Línguas em 2010; e, finalmente, a Bolívia oficializou as línguas indígenas desde agosto de 2012.

O século XXI se caracteriza também pelas mudanças sociais, políticas e jurídicas, de maneira que países como a Bolívia e o Equador transitaram de um Estado-Nação para um Estado Plurinacional. A concretização destas mudanças sociais e políticas foi possível mediante a nova Constituição Política do Estado dos próprios países. No caso boliviano, a Constituição promulgada em 2009 estabelece em seu artigo 1 o pluralismo político, econômico, jurídico, cultural e linguístico; deste modo, o artigo 5 reconhece 36 línguas indígenas e o castelhano como línguas oficiais, de modo que todos os habitantes deste país devem usar dois idiomas oficiais, que implica um bilinguismo entre uma língua indígena e o castelhano.

O reconhecimento das línguas indígenas no Abya Yala, com a base das leis lingüísticas ou leis educativas, permitiu sua institucionalização política e acadêmica. O México criou, a partir de sua lei linguística, o Instituto Nacional de Línguas Indígenas (INALI, 2003); no Peru se criou o Instituto Nacional de Línguas Originárias (INLOP, 2011); e na Bolívia, mediante a Lei da Educação Avelino Siñani-Elizardo Pérez se cria o Instituto Plurinacional de Estudo de Línguas e Culturas (IPELC, 2012).

Em tal sentido, os países do Abya Yala requerem formar recursos humanos entendidos em temáticas da língua e cultura, especificamente sociolinguistas que encarem pesquisas e políticas linguísticas. Em consequência, surge a necessidade de contar na Bolívia e na América Latina, principalmente em suas áreas andina, amazônica e mesoamericana, com sociolinguistas formados em nível de mestrado.

As necessidades de estudo, normalização, revitalização e uso das línguas indígenas requerem de profissionais qualificados no âmbito da sociolinguística. Por isso, a Universidade Maior de San Simón (da Bolívia), através de seu Departamento de Pós-graduação e seu Programa PROEIB Andes, a Université Catholique do Louvain e as Facultés Universitaires Notre Dame de la Paix (da Bélgica), desenvolverão o Mestrado em sociolinguística dirigido a profissionais indígenas de diversos povos indígenas da América Latina.

Para mais informações sobre o programa, acesse:
http://programa.proeibandes.org/maestria_sociolinguistica/convocatoria/

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