As línguas Ameríndias

Se o espanhol e o português são línguas essenciais para as relações econômicas da América Latina e em temas de redes e comunicação, do ponto de vista do patrimônio cultural não há que esquecer das línguas chamadas “indígenas”.  Não obstante, há que levar em conta que o espanhol e o português nem sempre se mantiveram afastados das línguas indígenas. Eventualmente misturaram-se com elas, tomaram algumas e as adaptaram. Deixaram outras e se adaptaram ao meio, assim como a população, pois a linguagem vive, cresce e se adapta.

As chamadas línguas indígenas constituem um bem histórico, único, às vezes escasso, muitas vezes em perigo de desaparecer. Tão necessárias de proteção como possa ser um patrimônio arqueológico ou musical. Portanto, sua recuperação e manutenção são obrigatórias.

As principais línguas indígenas da América Latina são o guarani, o aimara (aymara), o quechua (+quichua), o náhuatl e o maya. A quantidade de falantes é difícil de se assegurar, e os dados variam de fontes para outras. Pegamos os dados encontrados na Wikipedia.



•    O guarani é a língua mais utilizada, com quase 8 milhões de pessoas que a falam principalmente no Paraguai, mas também no Brasil, Bolívia e Argentina. O povo guarani estende-se na margem do rio Paraná e do El Chaco.

•    O quechua ou quichua é uma família de línguas originária dos andes centrais, que se estende pela parte ocidental da América do Sul através de sete países. É falada por mais de 10 milhões de pessoas divididas entre Bolívia, Peru, Equador, Argentina, Colômbia e Chile

•    O aimara é a língua do povo indígena americano da região andina do lago Titicaca. A população falante do aimara ocupa o ocidente da Bolívia, o sul do Peru, o norte do Chile e o norte da Argentina (1,5 milhões de falantes).

•    O náhuatl é uma língua azteca que é falada principalmente por nahuas no México e na América Central. Surgiu no século VII. Com 1,4 milhões de falantes no México, a maioria bilíngue com o espanhol. Seu uso estende-se desde o norte do México até a América Central.

•    Línguas mayenses ou mayas, que têm múltiplas variantes. São línguas ameríndias derivadas do tronco mayense, que são faladas principalmente nos estados mexicanos peninsulares de Yucatán, Campeche e Quintana Roo, bem como em menor grau em Belize e no norte da Guatemala. É falada por cerca de 6 milhões de pessoas)

•    O mapuche ou mapudungun (‘o falar da terra’), é o idioma dos mapuches, um povo ameríndio que habita o Chile e a Argentina (200.000 falantes).

•    Guarani:  É língua oficial no Paraguai, Bolívia, Corrientes (Argentina) e, em novembro de 2012, o Paraguai criou a Academia de Língua Guarani ou “Ava Ñe’e Rerekuá Pave” em guarani. É a primeira em sua categoria na América, que articulará a unificação dos critérios sobre o uso deste idioma nacional paraguaio junto ao espanhol. A Academia de Língua Guarani foi promovida através da Lei de Línguas, aprovada em 2010. Atualmente 92% da população paraguaia utiliza tanto o castelhano como o guarani. O *guarani, falado antes da chegada dos espanhóis na América, foi declarado idioma oficial na Constituição de 1992 e foi incluído obrigatoriamente no ensino. Na Carta Magna de 1967, já figurava como idioma nacional.

•    Aimara (Aymara) O aimara é declarado idioma oficial na Bolívia pela Constituição de 2009. No Peru, o aimara também é língua oficial, de acordo com a constituição de 1993. No Chile, está especialmente protegido pela Lei Indígena Nº 19.253 de 1993.

•    O Quechua foi declarado língua oficial no Peru em 1975. Ademais, no Peru criou-se a Academia Maior da língua Quechua em 1990, ainda que os estatutos não tenham sido aprovados até o ano 2009. A interpretação acadêmica do quechua tem certas contradições internas. Não obstante, a falta de atribuições orçamentas levaram os integrantes da Academia a uma greve de fome em 2012.

Línguas que desaparecem: na América Latina há centenas de línguas com risco de desaparecer, principalmente no Brasil. A Unesco publicou um mapa interativo, Atlas das línguas em perigo de extinção, e estes são os dados para a América Latina de línguas em perigo: Brasil: 190 línguas; México: 143 línguas; Colômbia: 68 línguas; Peru: 62 línguas; Bolívia: 39 línguas; Venezuela: 34 línguas; Guatemala: 23 línguas; Argentina: 18 línguas; Guianas: 16 línguas; Equador: 14 línguas; Paraguai: 12 línguas; Nicarágua: 11 línguas; Costa Rica: 8 línguas; Honduras: 8 línguas; Panamá: 8 línguas; Suriname: 8 línguas; Chile: 7 línguas; El Salvador: 2 línguas; Uruguai: 1 língua.

O mapa interativo da Unesco contém 5 graus de classificação: vulnerable; definitely endangered; severely endangered; critically endangered; extinct.

Esta é a imagem daqueles lugares com línguas indígenas com a classificação “em perigo crítico”:

Em resumo: a diversidade e riqueza linguística da América  Latina é digna de ser conhecida e estudada tanto do ponto de vista cultural, como do econômico e social. Parte desse mundo cresce e outra parte desaparece para sempre.

dados extraídos de: http://www10.gencat.cat/casa_llengues/AppJava/pt/diversitat/diversitat/Llengues_america.jsp

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