Gilvan Müller de Oliveira ganha Prémio Meendinho 2015
Gilvan Müller de Oliveira ganha Prémio Meendinho 2015
O padroado da Fundaçom Meendinho, decidiu que o ganhador do Prémio Meendinho 2015 seja para o professor brasileiro Gilvan Müller de Oliveira.
Segundo informaçom da Fundaçom, valorizaram-se as seguintes razões:
- Como presidente do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), «soube impulsionar a realizaçom dos vocabulários ortográficos dos países lusófonos, convertendo essa disposiçom do acordo ortográfico numha realidade».
- Trabalhou à frente do IILP «sem preconceitos, ficando aberto à realidade plural da língua portuguesa».
- No caso particular do nosso país, o premiado «sentiu e tratou a Galiza e a sua língua, como o que é, mais uma expressom da diversidade da língua portuguesa».
- Finalmente, De Oliveira «converteu o IILP «num ator importante e que vai ser fulcral para o futuro internacional da nossa língua».
O Prémio Meendinho vai ser entregue em data ainda nom determinada, mas da qual se dará pública difusom. Em edições anteriores ganhárom este reconhecimento a Academia Galega da Língua Portuguesa, a Associaçom Galega da Língua, a plataforma Sei o que nos Figestes…, o MIL, o Concelho de Montalegre, Chrys Chrystello ou a Comissão Promotora da ILP Paz-Andrade.
Fonte: Portal Galego da Língua
Fundaçom Meendinho – Formaçom
É vontade da Fundação disponibilizar por qualquer meio, materiais que ajudem à superior formação do povo galego para começarmos nada melhor que sabermos de onde vem o nome da Fundação:
Ele vem do autor da formosa cantiga de amigo “Sedia-m’eu na ermida de Sam Simiom” assinada por Meendinho.
Meendinho foi um jogral medieval, de quem nos chegou apenas uma única, mas extraordinária, cantiga de amigo, cujo cenário é a ermida de São Simão, na Ria de Vigo. Apesar da qualidade desta cantiga, uma das mais notáveis de toda a poesia lírica galego-portuguesa, sua identidade e a sua biografia são ainda quase totalmente desconhecidas.
Achava-me eu na ermida de São Simão
E cercarom-me as ondas, que grandes são:
Eu aguardando o meu amigo,
Eu aguardando o meu amigo! E virá?
Estando na ermida ante o altar,
Cercarom-me as ondas grandes do mar:
Eu aguardando o meu amigo,
Eu aguardando o meu amigo! E virá?
E cercarom-me as ondas, que grandes são,
Não hei barqueiro nem remador:
Eu aguardando o meu amigo,
Eu aguardando o meu amigo! E virá?
E cercarom-me as ondas do alto mar,
Não hei barqueiro, nem sei remar:
Eu aguardando o meu amigo,
Eu aguardando o meu amigo! E virá?
Não hei barqueiro nem remador
Morrerei eu formosa no mar maior:
Eu aguardando o meu amigo,
Eu aguardando o meu amigo! E virá?
Não hei barqueiro, nem sei remar,
Morrerei eu formosa no alto mar:
Eu aguardando o meu amigo,
Eu aguardando o meu amigo! E virá?
O texto tal e como ele foi escrito há quase 800 anos
Sedia-m’eu (achava-me) na ermida de Sam Simiom
e cercarom-mi as ondas, que grandes som:
eu atendend’o (atender é um galicismo por influência provençal por aguardar/esperar) meu amigo
eu atendend’o meu amigo. E verrá?
Estando na ermida ant’o altar,
cercarom-mi as ondas grandes do mar:
eu atendend’o meu amigo.
eu atendend’o meu amigo. E verrá?
E cercarom-mi as ondas, que grandes som,
nom heii barqueiro, nem remador:
eu atendend’o meu amigo.
eu atendend’o meu amigo. E verrá?
E cercarom-mi as ondas do alto mar,
nom heii barqueiro, nem sei remar:
eu atendend’o meu amigo.
eu atendend’o meu amigo. E verrá?
Nom heii barqueiro, nem remador,
morrerei eu fremosa no mar maior (mar bravo):
eu atendend’o meu amigo.
eu atendend’o meu amigo. E verrá?
Nom heii barqueiro, nem sei remar,
morrerei eu fremosa no alto mar (mar bravo):
eu atendend’o meu amigo.
eu atendend’o meu amigo. E verrá?
O poema está recolhido no códice da Biblioteca Nacional de Lisboa e no códice da Biblioteca Vaticana, de lírica medieval.
Fonte: Fundaçom Meendinho