Voluntários do Corpo da Paz criam aplicativo móvel para línguas africanas

Voluntários do Corpo da Paz, a trabalhar estreitamente com criadores de software zambianos, desenvolveram um aplicativo para celular que traduzirá palavras e frases em inglês em qualquer das sete línguas faladas na Zâmbia.

“Bantu Babel” encontra-se agora disponível para aparelhos compatíveis com a plataforma Android na loja Google Play, disse o Corpo da Paz num comunicado de imprensa de 1 de abril. A aplicação pretende ajudar voluntários do Corpo da Paz, trabalhadores humanitários internacionais e cidadãos do país a comunicarem mais eficazmente.

A aplicação tem duas partes: um dicionário para traduzir cada palavra e um livro com frases essenciais, que contém termos úteis para alojamento, compras, alimentação e emergências, entre outras coisas. Bantu Babel, que pode ser utilizado como um instrumento de formação para trabalhadores do governo e humanitários ou como complemento ao ensino oficial de uma língua, funciona off-line, eliminando a necessidade de uma ligação à internet.

“O Corpo da Paz tem um programa extraordinário de ensino de línguas e conseguir partilhá-lo é ao mesmo tempo estimulante e inspirador, e obter uma solução em colaboração com cidadãos do país representa verdadeiramente o espírito do Corpo da Paz”, disse Tony Tseng, voluntário há três anos, oriundo de Sacramento, Califórnia.

Os voluntários do Corpo da Paz Tony Tseng, Melissa Stetler e Rasa Kent trabalharam com programadores de BongoHive, um centro de tecnologia e inovação com sede em Lusaka, no desenvolvimento da aplicação. BongoHive, é um local para a comunidade tecnológica se encontrar, trocar experiências e participar em formações, ligação em rede e eventos “hackaton”, destinados a programadores de computação.

“Acredito que a Zâmbia, tal como muitos outros países em desenvolvimento, se encontra numa ótima posição para evitar infraestruturas de tecnologia tradicional. Quase todos os zambianos têm um telemóvel e o mercado para aplicações móveis está a crescer. Poder utilizar os telemóveis que já estão a ser usados é uma nova abordagem do desenvolvimento que tem tido êxito noutros países em África”, declarou Tseng.

O enquadramento para o programa foi desenvolvido durante um “hackathon” de dois dias em dezembro de 2012 em Lusaka, no âmbito do hackathon mundial Random Hacks of Kindness (RHoK), que abrangeu participantes em 32 cidades em 16 países. A missão de RHoK é criar uma comunidade autossustentada de inovadores que criam tecnologia aberta, prática, para um mundo melhor e asseguram que o seu trabalho tenha impacto na sociedade.

O Corpo da Paz participou neste evento mundial recolhendo ideias para problemas e soluções através do Desafio Inovação do Corpo da Paz. O Corpo da Paz está de novo à procura da apresentação de problemas relevantes através do website de Desafio Inovação. Os problemas serão analisados e votados por voluntários atuais e antigos voluntários, pessoal do Corpo da Paz, peritos em tecnologia e empresários. Quando os problemas tiverem sido analisados e melhorados, os peritos em tecnologia juntam-se para desenvolverem soluções no próximo hackathon em junho.

Fonte: IIP Digital