Governos e mercado internacional de software de espionagem e monitoramento
No dia 10 de agosto, Ahmed Mansoor, um ativista dos direitos humanos nos Emirados Árabes Unidos, recebeu uma mensagem tentadora, contendo um link com a descrição “novos segredos sobre tortura nas prisões estatais dos Emirados Árabes Unidos”. Mansoor, que já havia sido alvo de vigilância governamental, optou por não clicar no link e foi buscar ajuda no grupo de ativistas de direitos digitais, Citizen Lab, da Munk School of Global Affairs, na Universidade de Toronto.
Em um relatório liberado no dia 25 de agosto pelo Citizen Lab em conjunto com Lookout, uma empresa de cibersegurança, constatou-se que o método aplicado na tentativa de hackear o celular de Mansoor, “era um dos casos mais sofisticados de ciberespionagem jamais visto”. A empresa responsável pela tentativa de hackear o celular é uma vendedora de softwares de vigilância israelense conhecida como NSO Group, e seu malware, conhecido como “Pegasus”, permite a interceptação e roubo de todos os dados do dispositivo, desde mensagens, documentos, ligações etc. O Citizen Lab usou o Pegasus, que teria contaminado o celular de Mansoor, para contaminar um celular teste e, de fato, testar as capacidades do malware enviado ao aparelho dele. Continue lendo