Nossa Trajetória

O Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Política Linguística (IPOL) foi fundado em Florianópolis-SC no ano de 1999.

Nos seus três primeiros anos, suas ações estruturaram-se em dois eixos principais: a formação continuada a partir da metodologia de ensino via pesquisa, em parceria com a Secretaria de Educação Municipal de Florianópolis, e a oferta de cursos de formação e capacitação relacionados às línguas indígenas na Amazônia.

A partir de 2002, uma terceira área de atuação passou a fazer parte das atividades do IPOL: o ensino bilíngue relacionado às línguas de imigração, em parceria com a Secretaria de Educação Municipal de Blumenau. A proposta da metodologia de ensino via pesquisa também consolidou-se na oferta de cursos relacionados às línguas indígenas e na atuação de capacitações e formação continuada de professores da rede pública municipal de Florianópolis. A parceria com a Secretaria de Educação desse município se expandiu para as Secretarias de outras cidades de SC: Piçarras, Gaspar, Penha e Itajaí.

Em 2005, as atividades do IPOL, além das áreas de atuação já mencionadas, passaram a envolver a inserção no Mercosul, destacando-se sua participação no Projeto Escola Intercultural Bilíngue de Fronteira (PEIBF), no qual realizou assessoria pedagógica e técnica, além da oferta de cursos de pós-graduação lato senso, em parceria com Instituição de Ensino Superior. Objetivando o desenvolvimento de políticas públicas educacionais, iniciaram-se nesse momento os primeiros diagnósticos sociolinguísticos sobre as línguas e suas comunidades de falantes das regiões de fronteira com a Argentina inicialmente e depois com o Paraguai, o Uruguai e a Venezuela.

Em 2006, através da iniciativa da Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, em Brasília, o IPOL também participou da proposição para a criação do Livro de Registro das Línguas e foi um dos integrantes do Grupo de Trabalho da Diversidade Linguística (GTDL), cujas ações resultaram, em 2007, no Relatório que estabeleceu as diretrizes para os projetos-pilotos do Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL). Em seguida, o INDL foi oficialmente instituído pelo Decreto nº 7.387, de 09/10/2010.

Nesse ínterim, em 2008, o IPOL também participou da realização do Censo Linguístico da Língua Pomerana em Santa Maria de Jetibá-ES, o primeiro censo dessa natureza no Brasil e uma parceria com a Prefeitura daquele município.

No âmbito do INDL, coube ao IPOL a execução, nos anos de 2009 e 2010, do projeto-piloto para o Inventário da Língua Guarani Mbyá (ILG), uma língua indígena de grande extensão territorial. Financiado pelo Ministério da Justiça e abarcando seis Estados (ES, RJ, SP, PR, SC e RS), teve seus resultados publicados no Livro-DVD Inventário da Língua Guarani Mbyá (Ed. Guarapuvu, 2011), organizado por Rosângela Morello e Ana Paula Seiffert. Além disso, o IPOL promoveu o I Encontro sobre o ILG, realizado em Florianópolis em 2011. As atividades, reflexões e encaminhamentos desse Encontro podem ser conferidos no Blog e na Revista do ILG. Como desdobramento dessas ações, em 2014 a Língua Guarani Mbya recebeu do Ministério da Cultura o certificado de referência cultural brasileira.

Também em 2011 o IPOL passou a promover a formação na área de gestão em educação linguística de fronteira para responsáveis pela educação dos países signatários do Mercosul. Nesse mesmo ano organizou, em parceria com o Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP) e a União Latina, o I Seminário de Gestão em Educação Linguística no Mercosul (GELF), em Foz do Iguaçu-PR. As atividades, reflexões e encaminhamentos desse Encontro podem ser conferidos no Blog e na Revista do GELF.

Em 2012 e 2013, retomando o trabalho também realizado em 2005, o IPOL atuou na elaboração de provas para o concurso de professores indígenas em línguas guarani e kaigang para escolas do ensino fundamental e médio da rede estadual do RS. Nesse período, a partir da experiência obtida desde o PEIBF, o IPOL também desenvolveu diagnósticos sociolinguísticos em novas regiões de fronteira, no âmbito do Projeto Observatório da Educação na Fronteira (OBEDF), parceria com a CAPES, além de organizar o III Seminário OBEDF, em 2013, perfazendo 11 dos 28 municípios caracterizados como cidades-gêmeas diagnosticados pelo IPOL. As ações e encaminhamentos do OBEDF podem ser visualizadas no Blog do Observatório.

Entre 2013 e 2015, o IPOL vem desenvolvendo os projetos Receitas da Imigração – Língua e Memória na Preservação da Arte Culinária, bem como Receitas da Memória – Os Sabores da Imigração em Documentário, ambos objetivando mostrar as relações identitárias de falantes de línguas de imigração no Estado de SC. Como produtos são previstos a edição de um livro e a realização do primeiro documentário do IPOL. As ações e encaminhamentos podem ser conferidas nos blogs Receitas da Imigração e, em breve, Receitas da Memória.

Entre 2014 e 2015, o IPOL também vem executando o censo linguístico e o diagnóstico da língua Hunsrückisch na cidade de Antônio Carlos, Santa Catarina. A iniciativa está sendo realizada em parceria com a Secretaria Municipal de Educação do município.

O IPOL inicia em 2015 a execução do Inventário da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), em parceria com o Núcleo de LIBRAS da UFSC, e do Inventário do Hunsrückisch (hunsriqueano) como língua brasileira de imigração, em parceria com o Projeto ALMA-H da UFRGS. Relacionadas à política do INDL de reconhecimento de línguas como referência cultural brasileira, ambas as propostas de inventário haviam sido submetidas pelo IPOL ao Edital de Chamamento Público 004/2014 – Identificação, Apoio e Fomento à diversidade linguística no Brasil – Línguas de Sinais, Línguas de Imigração e Línguas Indígenas e foram aprovadas pelo IPHAN em 2014.

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