Professores de quatro povos indígenas lançam livros didáticos bilíngues
Os professores dos povos Jamamadi, Apurinã, Jarawara e Paumari, no Amazonas, produziram quatro livros em português e nas suas respectivas línguas. Com o objetivo de contribuir para o aprendizado e para a compreensão das produções orais e escritas, eles foram transformados em material didático.
Além de educar e fortalecer as culturas indígenas, os livros denominados Saberes Indígenas na Escola trazem atividades relacionadas ao cotidiano dos alunos indígenas como a pesca, a caça e o desmatamento. Por serem bilíngues, contribuem para a preservação da língua materna, que é um fator primordial. Com o registro da escrita e da cultura, os mais jovens podem ter acesso e oportunidade de manter vivo esse saber, impedindo que a língua seja extinta.
O projeto contou com a parceria da Federação das Organizações e Comunidades Indígenas do Médio Purus (Focimp) e Instituto Mpumalanga com o Instituto Federal do Amazonas (Ifam), Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Lábrea (Semec) e o Programa Sou Bilíngue Intercultural (PSBI) da Funai.
Daniel Lima, missionário do Cimi, afirmou que os livros são uma forma de resistência ao plano político que “tem como objetivo principal a desconstitucionalização e a deslegitimação dos direitos dos povos indígenas”, visto que a educação brasileira e os povos indígenas são atacados sistematicamente pelo governo atual.
“Lançar essas obras nas línguas Apurinã, Jamamadi, Jarawara e Paumari, nesse contexto tão sombrio e tão desesperançoso, é um sinal de resistência diante de tantos ataques aos povos indígenas, às suas culturas, às suas línguas e à educação indígena que constitucionalmente lhes é garantido o direito de que ela seja diferenciada”, destacou Lima.
VIA Notaterapia
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