Observatório da Educação na Fronteira promove primeiro seminário
Seminário “Observatório da Educação na Fronteira” rompe com as barreiras da distância física, e reúne virtualmente os pesquisadores responsáveis pelo Projeto da UNISUL, UFSC e UNIR. Aprovado pela CAPES no fim de 2010, o Projeto Observatório da Educação na Fronteira (OBEDF), não foi pensado em mão única, mas sim, através da parceria entre escolas de ensino fundamental localizadas na fronteira do Acre, Rondônia e Mato Grosso do Sul e pólos da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Universidade Federal de Rondônia (UNIR).
Como organizadores dessa parceria, e grandes sistematizadores do trabalho com as escolas, foram designados como coordenadores de pólo os professores doutores: Gilvan Muller de Oliveira (UFSC), Marci Fileti (UNIR) e Rosângela Morello (UNISUL), sendo a última, Coordenadora Geral do Projeto.
Ressaltando a região de fronteira como um espaço plurilíngue e de circulação intensa de pessoas, Rosângela Morello explica que “o projeto parte da ideia de que na fronteira poderia haver crianças que são falantes de mais de uma língua e como na escola brasileira a alfabetização é sempre e só em português, tanto da língua como da matemática, nós estamos fazendo esse projeto para observar como é que acontece esse processo de ensino e aprendizagem das línguas e da língua portuguesa nessas escolas da fronteira.”
O projeto será composto de duas ações que vão se articulando todo o tempo. A primeira ação consiste na observação e no estudo sobre o que acontece nas salas de aula. Como parte da primeira ação, nesta segunda-feira, 16 de maio, foi realizada uma videoconferência, que possibilitou o encontro (ainda que virtual) dos coordenadores de pólos, professores e coordenadores das escolas e pesquisadores ligados as universidades.
A segunda ação implica em uma abordagem mais ampla, através do diagnóstico sociolinguístico, “com o objetivo de levantar os usos, as atitudes, e representações das pessoas sobre as línguas que circulam naquela fronteira” – diz Ana Paula Seiffert, pesquisadora do Projeto. O diagnóstico não pondera apenas se a criança ou os pais sabem falar, mas sim como é a interação com a língua em outros espaços, além da escola. Essa ação é importante, porque permitirá articular o que acontece dentro da sala de aula com a realidade da fronteira.
Reunindo as duas ações o Observatório da Educação na Fronteira funcionará como espaço de compartilhamento de reflexões sobre o ensino das e nas línguas no processo de alfabetização. Seus resultados pretendem contemplar como o plurilinguismo está presente nas escolas, ponderando o que é importante levar em consideração para futuras políticas públicas. Para o bom andamento e a execução do Projeto é essencial a colaboração de professores, que atuarão como pesquisadores, e das escolas, como espaços de construção das pesquisas. Assim, a realização da videoconferência possibilitou um momento de apresentação e organização que foi essencial para o projeto. É como disse Machado de Assis: “A distância é como os ventos: apaga as velas e acende as grandes fogueiras”. Com certeza essa fogueira de dedicação, cativada pelo amor à pesquisa e atiçada pela paixão à língua, ainda tem muita lenha para queimar.
Reportagem produzida pelas bolsistas Cristina Estefano e Ana Maria Ghizzo
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