Língua pomerana: instrumentalização e promoção
A língua pomerana tem sido o foco de importantes políticas linguísticas no Brasil. Tornou-se cooficial em cinco municípios no Espírito Santo (Santa Maria de Jetibá, Laranja da Terra, Pancas, Vila Pavão e Domingos Martins) e em Canguçu, no Rio Grande do Sul e desde 2005 entrou nos programas educacionais das escolas desses municípios através do PROEPO – Programa de Educação Escolar Pomerana. Além disso, Santa Maria de Jetibá, em parceria com o IPOL, realizou o primeiro censo linguístico do município evidenciando a vitalidade e principais funçôes dessa língua ao lado de outras faladas na região. A instrumentalização, que acontece com a elaboração de dicionários, gramáticas, materiais didáticos diversos, entre outros, em diálogo com essa expansão politica, assume importante papel na consolidação dessa língua.
Projeto Pomerando tem repercussão na região
Foto: Divulgação O Livro “Projeto Pomerando: língua pomerana na escola Germano Hübner” recebeu um espaço na seção “Livros Raros e de Valor” da Biblioteca Pública Pelotense
Em um projeto realizado pelo professor Danilo Kuhn, na Escola de Ensino Fundamental Germano Hübner, o “Projeto Pomerando”, com a intenção de resgatar parte da escrita da língua pomerana, ainda bem enraizada em São Lourenço através da língua falada, começou a tomar forma através da publicação de um livro, com notas gramaticais, conjugações verbais, análises e até mesmo um pequeno dicionário. O resultado, além da repercussão na cidade, colocou em destaque a escrita pomerana, um dialeto da extinta Pomerânia, localizada na Alemanha.
Recentemente, Kuhn apresentou o projeto no I Seminário “Qualidade e Compromisso com a Educação em São Lourenço do Sul – RS: Vivências e Experiências Pedagógicas”, da Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Desporto, tendo o livro lançado e autografado nas Feiras do Livro de São Lourenço do Sul e Pelotas. Além de o projeto ter sido exposto em eventos como o III POMERbr, em Pomerode, Santa Catarina, ele também recebeu destaque no Congresso Internacional de História Regional da Universidade de Passo Fundo (UPF), no Encontro da Associação Sul-Rio-Grandense de Pesquisadores em História da Educação realizado na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no Simpósio Internacional em Memória e Patrimônio da UFPel, sendo publicado em formato de artigo no periódico Cadernos do Lepaarq da universidade.
No dia 14 de novembro, durante o encontro “Conversa com o autor”, na Biblioteca Pública Pelotense, Kuhn também apresentou o livro “Projeto Pomerando: língua pomerana na escola Germano Hübner” para alunos do Colégio Alfredo Simon e pessoas da comunidade interessadas no assunto. A Biblioteca recebeu um exemplar, que foi colocado na seção “Livros Raros e de Valor”. O livro já foi adquirido por pesquisadores e interessados na cultura pomerana de São Lourenço, Pelotas e região, Espírito Santo, Santa Catarina, Minas Gerais, Rondônia e também da Alemanha.
Próximos passos
O ano de 2013 foi dedicado à divulgação da primeira parte desse projeto de resgate não só da cultura pomerana, mas a uma das ferramentas principais para sua perpetuação, a linguagem escrita, mas novas ideias ainda estão por vir. Kuhn coletou cinco canções tradicionais em pomerano, compostas há pouco tempo por compositores do interior, e que retratam mudanças socioculturais ou que partiram de trechos de músicas tradicionais para que outros assuntos fossem desenvolvidos, além de um conto e três brincadeiras. “Com a coleta deste material, o projeto irá se desenvolver por este viés cultural”, disse Danilo.
Redator: Tradição Regional (Permitimos a reprodução total ou parcial da matéria desde que citada fonte)
Comentário de abertura: editorial IPOL
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