Espanha lança estratégia “smart cities”

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Marisa Vitorino Figueiredo

Ao todo, são 153 milhões de euros destinados especificamente à área das cidades inteligentes. Este é o envelope financeiro previsto pelo Plano Nacional de Cidades Inteligentes (PNCI) de Espanha, que foi apresentado formalmente no dia 26 de Março. A estratégia transversal contempla, além do financiamento a projectos, múltiplas acções de promoção tecnológica e consolidação do sector, desde o lançamento de um Livro Branco para as smart cities até à criação de um portal web com as melhores práticas.

Se dúvidas ainda existissem, a iniciativa do Governo espanhol dissipou-as: Espanha quer ser líder global no que concerne às cidades inteligentes. Depois das iniciativas de referência a nível local (das quais Barcelona ou Santander são exemplos incontornáveis), da criação da Rede Espanhola de Cidades Inteligentes e da primeira convocatória de financiamento a projectos inteligentes implementados pelos municípios, chegou agora a vez deste Plano Nacional.

Em causa está a definição de áreas prioritárias de financiamento, a atribuir através de fundos comunitários, mas também a vontade de melhorar a gestão dos serviços municipais em Espanha – com mais incorporação tecnológica e mais eficiência –, promover destinos turísticos inteligentes e impulsionar o sector das tecnologias de informação e comunicação (TIC). Aliás, neste último ponto o PNCI é bastante claro: alcançar uma dimensão do sector na ordem dos 20% do PIB espanhol.

Calendário 2015/2016
A par da visão estratégia para a área das smart cities, o Plano apresenta medidas concretas, por eixo de actuação, e respectivo calendário. Neste âmbito, são várias os períodos de candidaturas a financiamento que irão arrancar este ano, desde a área do turismo inteligente a soluções tecnológicas urbanas de grande escala.

Neste primeiro semestre, começam as convocatórias à apresentação de projectos com especialização turística, com vista ao desenvolvimento de uma rede de destinos turísticos inteligentes. Mas também será possível, a partir de Abril, fazer candidaturas a financiamento de projectos de “incorporação a grande escala de soluções que melhorem a eficiência e sustentabilidade da cidade”. Já em Setembro, o governo prevê a abertura de candidaturas para projectos de promoção da cooperação entre entidades locais e empresas.

No que diz respeito a projectos de demonstração do potencial TIC na gestão urbana, os concursos vão ter maior expressão em 2016. É nesse ano que serão abertas convocatórias para a demonstração de novos modelos de negócio neste sector, para iniciativas público-privadas, para projectos de I&D aplicada a cidades e destinos turísticos inteligentes, mas também para compras públicas inovadoras.

O PNCI prevê ainda, entre outras medidas, a criação de um Laboratório Urbano para apoiar empreendedores e PME (pequenas e médias empresas) e o desenvolvimento de um espaço de reflexão e partilha entre empresas, universidades, cidadãos e cidades – com o objectivo de facilitar projectos-piloto que recorram a dados gerados pelos próprios centros urbanos.

Livro Branco
Como ‘chapéu’ de todas estas actividades, preparam-se passos para a criação de um Livro Branco orientador da área das cidades inteligentes no país. “O Livro Branco irá apresentar um guia para a implementação dos projectos de cidades inteligentes, que oriente cidades e indústria”, explica o Plano Nacional, acrescentando que o mesmo incluirá um catálogo de soluções e modelos de negócio sustentáveis, tecnologias disponíveis, indicadores, guias de implementação e experiências mais relevantes.

O Livro Branco deverá ser publicado em Outubro de 2015. Antes disso, no entanto, terão lugar diversos estudos preparatórios em vertentes distintas: destinos turísticos inteligentes, indicadores, normas técnicas (electricidade, por exemplo), legislação, indústria e serviços.

Por fim, o portal de informação associado ao PNCI deverá estar acessível a partir de Setembro. Destinado aos vários agentes do sector, o website vai colaborar também com o Smart City Expo World Congress, o maior certame dedicado às cidades inteligentes, que tem lugar anualmente em Barcelona.

Fonte: Smart Cities.pt

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