CPLP quer mobilidade de estudantes e professores
O secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa(CPLP), Murade Murargy, propôs hoje, em Lisboa, a criação de um programa para promover a mobilidade de estudantes, professores e investigadores entre os Estados-membros.
Murade Murargy, que falava na abertura da 2.ª Conferência Internacional sobre a Língua Portuguesa no Sistema Mundial, que decorre hoje e quarta-feira, em Lisboa, defendeu uma “reflexão conjunta sobre o espaço do ensino superior, ciência e tecnologia da CPLP”.”Mantemos a prioridade de atuação futura na criação do espaço de ensino superior da CPLP”, intenção aprovada há cerca de dez anos, disse Murade Murargy.
“Os desafios são gigantescos. Para a concretização do objetivo estratégico de construir um espaço de ensino superior para a CPLP são chamadas as universidades dos Estados-membros”, sustentou.
O trabalho passa por promover a cooperação na avaliação da qualidade do ensino superior e na identificação de critérios e metodologias comparáveis, procurar a harmonização e concentração do desenvolvimento curricular, e realizar programas conjuntos de formação graduada e pós-graduada e de investigação.
Na sua intervenção, Murargy apelou ainda ao aprofundamento das relações econômicas e empresariais entre os países da CPLP.
“Atualmente, as dimensões geopolítica e socioeconômica conferem à língua portuguesa um potencial cada vez maior no plano da correlação com outras línguas dominantes, por força dos indicadores de crescimento económico de alguns Estados-membros e pela forte atuação da concentração política e diplomática da CPLP no sistema internacional”, defendeu.
Recordando que o português é a sexta língua mais falada no Mundo, considerou que “o seu valor traduz-se efetivamente num crescente impacto no mundo dos negócios de projeção global”.
Os Estados-membros, acrescentou, “devem promover uma cooperação econômica e empresarial entre si e valorizar as potencialidades existentes, conjugando iniciativas para a promoção do desenvolvimento dos povos da comunidade”.
Também na abertura, o presidente da comissão científica da conferência, Ivo José de Castro, lembrou o uso da língua na diáspora, nomeadamente entre as novas gerações, que devem preservar “a memória ativa da língua e da cultura de que são descendentes”, e de estrangeiros, que procuram aprender português para “ler Camões e Pessoa, mas também para fazerem negócios”.
Nesse sentido, o responsável defendeu que a CPLP deve estar preparada para oferecer “um ensino de qualidade”, propondo a criação de um sistema de “certificação internacional de competências linguísticas em português, único, uniforme e homogêneo”.
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