Polinésia pede à França o reconhecimento oficial das línguas das ilhas na Assembleia e no Governo
A Assembleia das ilhas do Pacífico pede uma emenda à Constituição francesa. A petição chega depois que o Conselho de Estado francês declarasse ilegais duas leis polinésias porque a sessão parlamentar tinha decorrido em taitiano
A Assembleia da Polinésia Francesa pediu a Paris que emende a Constituição francesa contanto que possa ser oficializado o uso de várias línguas polinésicas na sede do governo e do parlamento das ilhas. Sexta-feira, a Assembleia aprovou uma resolução com 46 votos favoráveis e 11 abstenções.
Todos os deputados autonomistas se mostraram partidários da resolução, enquanto que as abstenções foram todas de deputados independentistas, que consideram que o redigido é demasiado macio.
A Assembleia polinésia quer que a Assembleia Nacional francesa introduza uma emenda no artigo 74 da Constituição, pelo qual as coletividades de ultramar (territórios autónomos de França fora da Europa, dos quals a Polinésia é um deles) possam tomar decisões, de forma autónoma, em matéria de “património cultural e linguístico”. Isto poderia abrir a porta a ampliar os âmbitos de uso oficial das línguas próprias da Polinésia (entre as quais o taitiano é a principal) em entes públicos como o Governo e a Assembleia das ilhas.
A resolução chega poucas semanas depois que o Conselho de Estado francês declarasse ilegaisduas leis polinésias porque estas tinham sido aprovadas durante uma sessão em que se tinha usado o taitiano. O Conselho argumentou que a única língua oficial da República Francesa é o francês e que, ademais, o Estatuto da Polinésia só prevê o uso do taitiano em entes privados, entre indivíduos e na escola.
Até agora, o uso do taitiano tinha sido habitual na Assembleia destas ilhas do Pacífico, com um sistema de tradução simultânea para o francês disponível para aqueles deputados que não entendessem o idioma polinésico.
Fonte: Portal Galego da Língua
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